Governo dos Açores apoia desempregados em programas ocupacionais que celebrem contrato
30 de mai. de 2022, 13:47
— Lusa/AO Online
“Esta
é uma medida que encoraja os desempregados ocupados a procurar celebrar
um contrato de trabalho, que lhes assegure um vínculo laboral real.
Este incentivo ao apoio pode chegar até duas vezes a retribuição mínima
mensal na região, estando fixada ainda uma majoração em 20% para
discriminar positivamente os desempregado ocupados ou estagiários mais
vulneráveis”, adiantou a titular da pasta do Emprego nos Açores, Maria
João Carreiro.A secretária regional da
Juventude, Qualificação Profissional e Emprego, do executivo da
coligação PSD/CDS-PP/PPM, falava, em Angra do Heroísmo, na ilha
Terceira, na sessão de abertura do evento Emprego.Azores, já realizado
nas ilhas de São Miguel e Pico e destinado a pessoas que procuram
emprego e a jovens estudantes a partir do 9.º ano de escolaridade.Segundo Maria João Carreiro, o programa Pro Ativo, que já entrou em vigor, visa “incentivar a procura ativa de trabalho”.“Através
desta medida é atribuído um prémio financeiro a cada desempregado
ocupado que interrompa a frequência de um programa ocupacional, ou seja,
de uma medida temporária, em virtude da celebração de um contrato de
trabalho com outra entidade empregadora”, explicou.Os
empregadores, por sua vez, têm acesso a um apoio à contratação de
pessoas desempregadas, que já abrangeu “mais de 2.000 açorianos”.De
acordo com os dados mais recentes do desemprego nos Açores, em abril
estavam a frequentar programas ocupacionais na região 3.534 pessoas e a
frequentar programas de estágios 2.212.A
titular da pasta do Emprego disse que os beneficiários de programas
ocupacionais estão “mais conscientes da sua frágil condição no mercado
de trabalho e da precariedade laboral em que se encontram”.Tem
havido uma “procura crescente” destes desempregados pelos serviços de
emprego da região “para antecipar o seu futuro profissional”, indicou.Segundo
Maria João Carreiro, “a sucessividade dos programas ocupacionais, de
uma forma indiscriminada e sem critério”, promovido por anteriores
governos, “criou a falsa expectativa de que os desempregados
ocupacionais, mais tarde ou mais cedo, acabariam por ser integrados nas
entidades, gerando dependências e injustiças ou potenciando abusos
repetidos”.“Não somos responsáveis pela
ausência de respostas durante anos a fio às legítimas expectativas dos
desempregados ocupados de um contrato de trabalho, mas estamos a
promover, no limite das nossas competências e recursos, as condições
para que esse direito lhes seja reconhecido”, frisou.A
iniciativa Emprego.Azores, que pretende “aproximar o mercado de
trabalho dos cidadãos” e “reforçar a qualificação” dos desempregados,
juntou em Angra do Heroísmo 12 empresas locais e regionais, seis escolas
profissionais e a Universidade dos Açores.Somando
às sessões realizadas, em maio, nas ilhas de São Miguel e Pico, o
evento contou com a participação de 37 empresas, 19 entidades
formadoras, 18 escolas profissionais e a Universidade dos Açores,
atraindo “cerca de 8.000 açorianos”.“É,
sem dúvida, uma iniciativa bem sucedida, com impacto local e regional,
que vai resultar a curto e médio prazo na integração de trabalhadores no
mercado de trabalho”, sublinhou a secretária regional.Segundo
Maria João Carreiro, existem atualmente mais de 500 vagas de emprego
nos Açores por preencher, 48 das quais na ilha Terceira, mas o número
“deverá aumentar nas próximas semanas, considerando o dinamismo
económico que se faz notar na região, depois de uma pausa forçada pela
pandemia”.“A taxa de desemprego está a
diminuir de forma sustentada nos Açores. O número de desempregados em
programas de inserção socioprofissional está a diminuir. As ofertas de
trabalho estão a aumentar”, sublinhou.Os
Açores tinham, no final de abril, 6.334 desempregados inscritos no
Centro de Qualificação e Emprego da Região, menos 9,42% do que no
período homólogo e menos 0,28% do que em março de 2022.