Governo dos Açores anuncia apoios de 14 ME para a agricultura
28 de out. de 2022, 10:04
— Lusa/AO Online
Falando
na sede da Presidência em Ponta Delgada, o líder do executivo açoriano
(PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, avançou que vai ser criado um
regime de apoio à “reestruturação de empresas regionais do setor da
transformação e comercialização de produtos agrícolas”, no valor de nove
milhões de euros.Aquele regime,
financiando pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai incluir
as cooperativas e vai ter o período de candidaturas aberto em “meados”
de novembro.“Para este efeito de apoio à
reestruturação do setor de transformação e comercialização, prevê-se um
montante global de nove milhões de euros, do total dos 30 milhões
previstos [no PRR] para o relançamento económico da agricultura
açoriana”, declarou Bolieiro aos jornalistas, após uma reunião com o
presidente da Federação Agrícola dos Açores (FAA).O
regime visa promover a “inovação de produtos e de processos”, bem como
comparticipar a “transição verde e digital” das empresas agrícolas.“Estamos
a trabalhar com celeridade no sentido de permitir que a meados de
novembro haja candidaturas, que preveem uma comparticipação de 75% para
as pequenas e médias empresas e de 50% para as que estão fora do
conceito de pequena e média empresa”, acrescentou o líder regional.José
Manuel Boleiro avançou ainda que o Governo Regional, “em codecisão com a
Federação Agrícola dos Açores, vai criar uma ajuda direta e especifica a
todos os agricultores da região”, devido aos aumentos dos custos de
produção, provocados pela guerra na Ucrânia.A
iniciativa, que foi proposta pela Comissão Europeia e aprovada pelo
Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia, está orçada em 5,1
milhões de euros: 4.3 milhões provenientes do Fundo Europeu Agrícola de
Desenvolvimento Rural (FEADER) e cerca de 770 mil euros do Orçamento da
região.“A ajuda é específica e direta.
Desburocratizada e imediata. Não vamos criar complicações. Não se tratam
de justificações da perda de rendimento. Estamos a cumprir com
celeridade o enquadramento do próprio regulamento do FEADER”, vincou o
presidente do executivo.O apoio, cujas
candidaturas deverão ser abertas até ao final do ano, vai abranger os
setores da horticultura, fruticultura, vinicultura, floricultura
e bovinicultura de leite e carne.O
presidente da FAA, Jorge Rita, enalteceu a “cooperação” com o Governo
Regional e defendeu que as medidas, que eram “reivindicações” dos
agricultores, permitem ao setor estar “mais bem preparado” para
enfrentar a atual situação que é “difícil”.“Não
fizemos alarido da reivindicação porque achamos que não era necessário.
O que é importante é sentar e conversar (…). Os compromissos até agora
com o Governo Regional não precisam de documento assinado. Tem sido um
compromisso de palavra de honra”, declarou.Jorge
Rita detalhou que o apoio direto aos agricultores vai ser concedido a
“todos os agricultores sem exceção” com “base na área do terreno”.A
Comissão Europeia propôs em 20 de maio uma medida excecional para
permitir aos Estados-membros pagar um montante fixo único aos
agricultores afetados por aumentos dos custos dos fatores de produção.A
proposta permite aos Estados-membros utilizar fundos disponíveis até 5%
do seu orçamento do FEADER para os anos 2021-2022 para apoio direto ao
rendimento dos agricultores e pequenas e médias empresas ativas na
transformação, comercialização ou desenvolvimento de produtos agrícolas.Na
sequência da aprovação de Bruxelas, a 24 de maio, foi anunciado que
Portugal iria disponibilizar mais 51 milhões de euros de fundos para os
agricultores.