Governo dos Açores alivia medidas restritivas em lares de idosos
Covid-19
11 de mai. de 2021, 15:31
— Lusa/AO Online
“Deixa
de ser necessária, a partir de hoje, a realização de isolamento
profilático de 14 dias quando os utentes se ausentarem por razões
médicas e regressarem ao lar ou nos casos de novas admissões nestas
respostas sociais, nos casos de pessoas que já se encontram vacinadas
contra a covid-19”, adiantou o vice-presidente do Governo Regional,
Artur Lima, que tutela a área da solidariedade social.Os
utentes que sejam admitidos pela primeira vez nos lares terão de fazer
um teste prévio de despiste de infeção pelo SARS-CoV-2, que provoca a
doença Covid-19, mas os utentes que se ausentem por razões médicas só
terão de o fazer em caso de internamento por mais de 24 horas.“Deixa
de ser necessário teste a utentes que se ausentem por períodos
inferiores a 24 horas por razões de saúde, a consultas hospitalares, por
exemplo, desde que garantido o rigoroso cumprimento das medidas de
autoproteção”, revelou o governante, acrescentando que, em caso de
permanecerem por mais de 24 horas, o teste é feito pela unidade de
saúde.Continua a ser exigido o “controlo
de sinais e sintomas da doença” nos lares de idosos, bem como as regras
de “distanciamento físico, uso de máscara, cumprimento de etiqueta
respiratória e correta e frequente higienização das mãos e
equipamentos”.As deslocações a casa de
familiares continuam proibidas, mas os utentes de estruturas
residenciais para pessoas idosas e lares residenciais podem agora sair
da instituição para a realização de “atividades lúdicas e recreativas”
ou para passeios.Neste caso, as saídas
devem ser feitas “para locais onde o contacto com pessoas externas à
instituição possa ser minimizado” e “realizadas exclusivamente em locais
ao ar livre, mantendo o uso de máscara”.“Nos
locais com transmissão comunitária, o isolamento do grupo deve ser
mesmo garantido e não é permitida a frequência de espaços de
restauração”, acrescentou Artur Lima.Por
outro lado, serão alargadas as visitas aos lares de idosos, que até
agora só eram permitidas nos concelhos de muito baixo e baixo risco de
transmissão do novo coronavírus, aos concelhos de médio e médio-alto
risco, ficando apenas proibidas nos concelhos de alto risco.Nos
concelhos de muito baixo e baixo risco as visitas podem chegar aos 60
minutos e nos restantes aos 15 minutos, sendo permitidas inclusive a
pessoas acamadas ou em fim de vida.A
avaliação do nível de risco nos Açores tem por base um modelo alemão, de
semáforos, e é calculado em função do número de novos casos de Covid-19
por 100 mil habitantes num período de sete dias.Existem
cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil
habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio
(entre 50 a 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99
casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil
habitantes).A alteração das regras, que
deverá ser publicada em circulares normativas da direção regional da
Saúde, foi avaliada pela Comissão Especial de Acompanhamento da Luta
contra a Pandemia nos Açores, tendo sido auscultados também os
representantes das Misericórdias e Instituições Particulares de
Solidariedade Social (IPSS).“Estas
alterações permitem que os utentes possam retomar, progressivamente, às
suas rotinas, sem descuidar a vertente de estimulação cognitiva e motora
e o contacto com a sua comunidade, questões determinantes para o seu
bem-estar e saúde”, salientou o titular da pasta da solidariedade
social.As orientações para as residências
de crianças e jovens em perigo, sem abrigo e vítimas de violência
doméstica também serão ajustadas, através de circulares informativas.Já os
centros de dia e os centros de atividades ocupacionais deverão reabrir
nos concelhos de muito baixo, baixo e médio risco, logo que seja
publicada a respetiva circular informativa.Os
Açores têm atualmente 214 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais 199 em São Miguel, nove nas
Flores, quatro na Terceira e dois em Santa Maria.Desde
o início da pandemia foram diagnosticados na região 5.085 casos de
infeção, tendo ocorrido 4.720 recuperações e 31 mortes.Segundo
a última avaliação da Autoridade de Saúde Regional, feita na passada
quinta-feira, o concelho de Vila Franca do Campo é o único dos Açores em
alto risco, estando Lagoa e Ribeira Grande em médio alto risco,
Povoação em médio risco e Ponta Delgada em baixo risco (todos na ilha de
São Miguel).Nas restantes ilhas, onde não
está identificada transmissão comunitária do SARS-CoV-2, todos os
concelhos estão classificados com muito baixo risco.