Governo dos Açores admite reforço da vacinação em São Miguel
Covid-19
15 de jun. de 2021, 09:59
— Lusa/AO Online
"Ficou entendido que, consoante
a velocidade com que a vacinação nestas ilhas avançasse, pudéssemos
aproveitar a disponibilidade da ‘task force’ para também reforçar a
equipa de vacinação em São Miguel que tem um expecto epidemiológico mais
preocupante", explicou o chefe do executivo açoriano, José Manuel
Bolieiro, em declarações aos jornalistas, na cidade da Horta.José
Manuel Bolieiro lembrou que, por via da operação "Periferia", que está a
decorrer nas ilhas sem hospital, as três ilhas com hospital (São Miguel, Terceira e
Faial), já estão também a ser alvo de um reforço na vacinação, através
das equipas do Serviço Regional de Saúde."A
verdade é que, por via do alívio com a presença da ‘task force', já
estamos a reforçar a vacinação nas três ilhas onde há hospital",
salientou o governante, acrescentando que, apesar disso, conta poder
acentuar o ritmo da vacinação em São Miguel, a maior ilha do
arquipélago, onde se regista o maior número de casos de infeção.Apesar disso,
o chefe do executivo de coligação (PSD, CDS-PP, PPM), disse manter a
esperança de que, até 31 de julho, os Açores possam registar uma taxa de
imunidade de grupo na ordem dos 70% da população açoriana.José
Manuel Bolieiro falava no final de uma reunião com representantes dos
armadores e pescadores da região, no âmbito do memorando de entendimento
assinado pelo anterior executivo socialista com a Fundação Oceano Azul
para a criação de novas zonas marinhas protegidas no arquipélago."Pretendemos
um crescimento económico e o aumento do rendimento dos pescadores e, ao
mesmo tempo, preservar e conservar os recursos piscícolas", explicou o
governante, adiantando que isso só pode ser concretizado com o apoio da
ciência e dos armadores e pescadores.O
presidente do Governo Regional recordou ainda que o mar dos Açores
"corresponde a 56% do território marítimo de Portugal", o que representa
uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) da União Europeia,
ressalvando, contudo, que o arquipélago dispõe apenas de "5% de reservas
marinhas protegidas"."Vamos juntar a
ciência, a investigação e o conhecimento dos nossos recursos, das
vulnerabilidades e desafios que temos pela frente e do sentido
estratégico da sua preservação e conservação, que há de conviver,
concomitantemente, com a continuidade da atividade económica e extrativa
em matéria de pescas aqui nas nossas nove ilhas", insistiu.Jorge
Gonçalves, presidente da APEDA - Associação de Produtores e Espécies
Demersais dos Açores, lembrou, por outro lado, que o setor "nunca esteve
contra a criação de áreas marinhas protegidas", considerando-as mesmo
"essenciais" para a preservação dos recursos."Temos
de ter é atenção de como serão criadas, onde e quando", advertiu o
representante dos pescadores, adiantando ser importante "trabalhar em
conjunto" para que sejam encontradas as medidas necessárias para a
proteção dos recursos marinhos na região.