Governo diz que Cofaco garantiu a readmissão de "grande maioria" dos quadros
10 de jan. de 2018, 15:27
— Lusa/AO online
“É
esta a garantia que a empresa nos diz: assim que a nova unidade fabril
estiver a funcionar, vai readmitir a grande maioria dos trabalhadores”,
declarou Gui Menezes, em declarações aos jornalistas.O
governante falava após uma reunião com representantes de trabalhadores
da fábrica, na Madalena, na ilha do Pico, mas não precisou o número de
readmissões em causa, afirmando que é uma opção da empresa.
A administração da conserveira Cofaco, que detém, por exemplo, a
marca Bom Petisco, informou na terça-feira que vai proceder ao
"despedimento coletivo" dos 180 trabalhadores da empresa, quadros no
Pico, indicou à agência Lusa um representante sindical.De
acordo com Sérgio Gonçalves, representante do Sindicato de Alimentação,
Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores, o
conselho de administração reuniu-se com os cerca de 180 trabalhadores da
fábrica para os informar de que todos seriam despedidos com direito a
"indemnização e fundo de desemprego", deixando a Cofaco de laborar
naquela ilha até à construção de uma nova fábrica."Serão
pagas as indemnizações e vamos todos para casa com uma promessa verbal
de que quando a obra estiver concluída, entre 18 meses e dois anos, nos
chamariam de novo para vir trabalhar. Ficamos na expetativa. Como o
ditado diz, ‘palavras, leva-as o vento’, mas vamos esperar que estas o
vento não leve", disse na terça-feira Sérgio Gonçalves.A
fábrica Cofaco, no concelho da Madalena, vai manter os trabalhadores
até abril, altura em que arrancam as obras para a construção da nova
unidade.Hoje, o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia realçou que "não se trata de uma empresa falida"."Isto
não é um despedimento coletivo de uma empresa que faliu. Não. É um
despedimento coletivo porque há um momento de transição para outra
empresa. É uma unidade fabril que vai ser construída no mesmo local e
tinha que haver aqui uma solução e foi esta que se encontrou",
sustentou.O
governante frisou que uma das razões por que esta nova empresa
participada pela Cofaco vai continuar a apostar na unidade fabril do
Pico é precisamente porque "reconhece a qualidade" dos trabalhadores na
laboração do atum, uma "mais-valia" também para a conserveira em termos
"económicos, na posição do seu produto, e da eficiência da sua
produção".Gui
Meneses referiu também que "as empresas conserveiras dos Açores estão a
passar por momentos que não são muitos fáceis", tendo em conta as safras
de atum bonito nos últimos anos, o contexto de competitividade em
termos internacionais de conserveiras e os custos que estas empresas têm
para laborarem no arquipélago."A
empresa garante que os direitos dos trabalhadores estão cumpridos. Os
apoios públicos são precisamente para isto. São para apoiarmos as nossas
empresas quando elas necessitam e também para garantirmos os postos de
trabalho e o desenvolvimento económico da nossa região e, em particular,
na ilha do Pico, onde esta empresa tem um impacto importante",
sustentou o governante.O
secretário regional disse ainda ter transmitido uma mensagem de
solidariedade aos trabalhadores, numa reunião onde se fez acompanhar por
técnicos da Segurança Social e da Inspeção do Trabalho e do Emprego.