Governo destina 108,5 milhões de euros à agricultura em 2023
4 de nov. de 2022, 16:45
— Lusa
“O
plano tem uma dotação de 108,5 milhões de euros, dos quais 57,7 milhões
correspondem a fundos investidos diretamente pela região e 50,8 milhões
a fundos comunitários”, avançou o secretário regional da Agricultura e
Desenvolvimento Rural, António Ventura, numa audição na Comissão de
Política Geral da Assembleia Legislativa dos Açores, sobre as propostas
de Plano e Orçamento da Região para 2023, que serão discutidas e votadas
em plenário a partir de 21 de novembro.Segundo
o governante, do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, o montante está
dividido em três áreas: investimento na capacitação dos
agricultores, desenvolvimento sustentável, biodiversidade e alterações
climáticas e infraestruturas públicas de apoio ao setor produtivo.Questionado
pelo PS sobre uma redução na verba destinada às infraestruturas,
António Ventura disse que 2023 será um ano de “transição de períodos
comunitários de apoio”.“As taxas de
execução no primeiro ano de qualquer período de apoio comunitário são
sempre muito baixas. Em 2015, a taxa de execução do Prorual+ foi de
12,8%. O nosso esforço é tentar que a taxa de execução seja maior”,
apontou.O governante defendeu que o plano é
“realista” e que “não há uma diminuição de verbas relativamente às
necessidades de infraestruturas, há uma diminuição das dotações
comunitárias”.“Não vale a pena estarmos a
inscrever dotação orçamental de fundos comunitários, se não vão ser
utilizados. Em 2015, houve uma dotação elevada de fundos comunitários
que não foram utilizados”, frisou.Em
relação aos caminhos agrícolas, o secretário regional da Agricultura
disse que as ilhas do Pico e de São Miguel são as que apresentam maior
degradação.“Temos muitos buracos,
resultado de muita degradação dos caminhos rurais, florestais e
agrícolas, que são cada vez mais caminhos de multiúso, porque são não só
caminhos de acessibilidades agrícolas, mas usados pelo turismo e para
circulação das populações locais”, alertou.O
governante destacou um reforço de 1,5 milhões de euros na rubrica
destinada ao “agroambiente, clima e agricultura biológica” e assegurou
que os apoios à perda de rendimento e à agricultura sustentável serão
pagos “na totalidade”.“Em 2023, nenhum
produtor de alimentos nos Açores vai ter um corte nestes apoios. Aquilo
que vai ser publicitado em termos de ajudas, em termos de prémios e de
incentivos é aquilo que o agricultor vai receber na íntegra”, salientou.Questionado
pelo PSD sobre as obras previstas na rede regional de matadouros,
António Ventura admitiu que vários concursos ficaram desertos, devido ao
“aumento do preço das matérias-primas” e às “dificuldades de
mão-de-obra” das empresas de construção civil.Depois
de dois concursos desertos, um por 7,5 milhões de euros e outro por
10,5 milhões de euros, o executivo açoriano conta lançar “no final do
ano” um novo concurso para a construção do novo matadouro de São Jorge,
“não aumentando o valor”, mas realizando partes da obra com recurso a
serviços próprios da administração regional.Também
o concurso público para a reestruturação do matadouro do Pico, com um
valor 4,1 milhões de euros, deverá ser lançado no final de 2022 ou
início de 2023.No matadouro de São Miguel,
estão a decorrer duas obras, no valor de 600 e 200 mil euros, tendo
ficado deserto um terceiro concurso de 200 mil euros.