Governo destaca saúde mental e comportamentos aditivos para prevenir delinquência
27 de jun. de 2022, 14:26
— Lusa/AO online
“Durante
os dois anos de pandemia as relações sociais diminuíram muito. O
impacto, muitas vezes, destes confinamentos não são feitos de imediato,
mas são impactos indeferidos à distância. É muito importante que a
saúde, em conjunto com as diferentes áreas, monitorize aquilo que é o
impacto da saúde mental nos jovens”, disse António Lacerda Sales.O
secretário participou hoje, em representação do Ministério da Saúde, na
primeira reunião da Comissão de Análise Integrada da Delinquência
Juvenil e da Criminalidade Violenta (CAIDJCV), que decorreu no
Ministério da Administração Interna (MAI).O governante sustentou que a saúde mental “é uma das áreas a privilegiar contra a criminalidade” através da prevenção.“Outra
área importante na saúde são os comportamentos aditivos, nomeadamente
as toxicodependências que durante este período da pandemia tiveram o seu
impacto”, disse, precisando que “duas áreas muito importantes são a
saúde mental e comportamentos aditivos”.Por
sua vez, o secretário de Estado Adjunto e da Justiça, também presente
na reunião, afirmou aos jornalistas que o modelo hoje lançado “deve
servir para a definição de políticas públicas”.“Averiguar
para conhecer melhor e para melhor definir políticas públicas na área
da administração interna, saúde, justiça e educação”, disse Jorge Costa,
admitindo que “há sempre melhorias a introduzir no sistema”,
nomeadamente nos centros educativos destinados a jovens que cometem
crimes.O
secretário de Estado da Educação, António Leite, considerou que “a
escola tem um papel fundamental nomeadamente no desenvolvimento de
competências em cidadania”. “A
escola é genericamente um espaço seguro, é muitas vezes um espaço mais
seguro que outros locais que jovens frequentam”, disse, destacando o
“trabalho muito profícuo” com a Escola Segura e com outras instituições
de caráter público e privado.Composta
por 14 elementos, a Comissão de Análise Integrada da Delinquência
Juvenil e da Criminalidade Violenta tem um caráter multidisciplinar e
integra as áreas governativas da Administração Interna, Justiça,
Educação, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde.No
prazo de um ano, a Comissão – que é coordenada pela secretária de
Estado da Administração Interna, Isabel Oneto - irá estudar o fenómeno e
apresentar propostas que visem a diminuição da delinquência juvenil e
da criminalidade violenta, em particular da sua severidade.A
comissão, criada após o Relatório Anual de Segurança Interna de 2021
ter revelado que a criminalidade grupal cresceu 7,7% no ano passado face
a 2020 e a delinquência juvenil subiu 7,3%, pode também produzir
relatórios intercalares sempre que os trabalhos permitam identificar
medidas que possam de imediato ser adotadas.Segundo
o MAI, muitas das ocorrências têm envolvido jovens, em contexto de
diversão noturna, outras estão associadas a eventos desportivos e ainda
outras a possíveis grupos organizados para efeitos de práticas
criminais.Esta primeira reunião foi presidida pelo ministro da Administração Interna.