Governo destaca paz social e condições para "normalização gradual"
Combustíveis
18 de abr. de 2019, 09:50
— Lusa/AO Online
Numa
declaração à imprensa, em Lisboa, após o fim da greve dos motoristas de
matérias perigosas, Pedro Nuno Santos referiu que a primeira reunião
negocial decorrerá no dia 29.Entretanto,
afirmou, estão reunidas “todas as condições para que a normalidade seja
reposta”, embora isso não aconteça de forma imediata, tendo em conta a
“situação de rutura em vários postos de abastecimento”.O
governante enalteceu o trabalho desenvolvido Associação Nacional dos
Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e pelo Sindicato dos
Motoristas de Matérias Perigosas (SMMP) para chegar hoje a um
entendimento que abrisse caminho às negociações coletivas e permitisse
desconvocar a greve, que durava desde segunda-feira."Os
trabalhadores tiveram um comportamento correto e uma importante
vitória: fizeram-se ouvir, foram ouvidos e conseguiram que se iniciasse
um processo negocial com a ANTRAM que permitirá garantir a dignificação,
a valorização do seu trabalho e da profissão de motorista de materiais
perigosos", sublinhou Pedro Nuno Santos.O
ministro destacou ainda a Federação dos Sindicatos de Transportes e
Comunicações (FECTRANS), que assinou em setembro o acordo coletivo de
trabalho atualmente em vigor: "Não esteve aqui presente, mas chegou em
setembro a um acordo histórico com a ANTRAM. Não era correto esquecermos
a FECTRANS, pois foi esse trabalho iniciado por eles, de conseguir um
acordo ao fim de 20 anos, que nos permite hoje dar mais este passo no
reconhecimento, na valorização, respeito e dignificação de todos os
motoristas de materiais perigosos".Em
relação a este acordo, o ministro dirigiu-se às empresas, dizendo que o
Governo sabe que algumas não o cumprem e "usará de todos os mecanismos
ao seu dispor para que a lei e o acordo coletivo de trabalho sejam
cumpridos por todos"."Ninguém está acima
da lei e, se quisermos ter uma concorrência leal, é fundamental que
todos cumpram a lei da mesma forma", sublinhou."Foram
três dias difíceis, de incerteza, de alguma insegurança. Este trabalho
que estivemos a fazer - parte dele não visto - foi muito importante para
que hoje possamos regressar à normalidade. Há um processo de
reorganização que demorará algum tempo até que a normalidade esteja
reposta, mas vamos começar a sentir desde as primeiras horas que
finalmente este período que vivemos há três dias terminou", afirmou.Pedro
Nuno Santos sublinhou ainda que "o Governo esteve sempre a trabalhar
desde a primeira hora para conseguir o mais depressa possível terminar a
greve, respeitando todas as partes"."Fomos
ouvindo manifestações de incompreensão sobre uma eventual demora de
reação, mas o que fizemos foi o que faríamos sempre, como se o pré-aviso
tivesse um ano. O que fizemos foi chamar as partes logo após o
pré-aviso para que pudéssemos chegar a um acordo em matéria de serviços
mínimos. Como não chegaram a acordo, o Governo decretou os serviços
mínimos, logo no dia 11, quatro dias antes da greve, que começou quando
os serviços mínimos estavam definidos", explicou.Assim
que o Governo percebeu que não estavam a ser cumpridos os serviços
mínimos, referiu o governante, aprovou a requisição civil, "ao fim de 24
horas de greve", chamou as partes e, ao mesmo tempo, os ministérios
estiveram a trabalhar para declarar logo a situação de alerta e de crise
energética."É assim que se deve trabalhar, respeitando sempre o direito à greve", acrescentou.