Governo de Espanha confirma que está excluído ciberataque a empresa Red Eléctrica
Apagão
14 de mai. de 2025, 17:00
— Lusa/AO Online
Segundo a ministra com
a tutela da energia, Sara Aagesen, a comissão criada pelo executivo
espanhol para tentar apurar as causas do apagão está a analisar os dados
relativos ao corte energético em três níveis: o operador do sistema, os
centros de controlo e as instalações de geração de eletricidades
espalhadas pelo território.A "boa notícia"
é que, após uma primeira análise, "não se encontraram indícios" de que a
empresa Red Elétrica tenha sido alvo de um ciberataque, disse a
ministra, durante um debate no parlamento espanhol, em Madrid.O
diretor de operações da empresa, Eduardo Prieto, já tinha dito, logo no
dia seguinte ao apagão, que estava excluída a possibilidade de um
ciberataque à Red Elétrica, mas o Governo tinha insistido até agora que
todas as possibilidades permaneciam em aberto.Nas
declarações que fez hoje no parlamento, a ministra Sara Aagesen
reiterou que foram identificadas três falhas na geração de eletricidade
em Espanha segundos antes do apagão de 28 de abril e revelou que a
primeira ocorreu em Granada, a segunda em Badajoz e a terceira em
Sevilha, no sudoeste e sul do país.A
ministra acrescentou que para além das três falhas identificadas no
sistema de geração em Espanha, "houve duas oscilações do sistema ibérico
com o resto do continente europeu" na meia hora anterior ao apagão e
antes das três falhas de geração.No final
da semana passada, a Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de
Eletricidade (Entso-e) tinha já revelado que meia hora antes do corte
de energia na Península Ibérica houve "dois períodos de oscilações de
potência e de frequência na zona síncrona da Europa continental".É preciso "ainda determinar em que medida as duas oscilações" tiveram ligação com o apagão, afirmou hoje a ministra espanhola.Sara
Aagesen reiterou que continuam a ser analisados milhões de dados
fornecidos pelas operadoras do sistema elétrico espanhol para tentar
perceber as causas do apagão inédito na Península Ibérica, que afetou
todo o território continental de Portugal e Espanha.O apagão teve origem em território espanhol, mas desconhecem-se ainda as causas.O
Governo espanhol criou uma comissão para investigar as causas do
apagão, com a ministra a reafirmar hoje que é um tema de "extrema
complexidade".O primeiro-ministro de
Espanha, Pedro Sánchez, disse há uma semana, também no parlamento, que
levará tempo até haver uma explicação para o apagão, por ser necessário
analisar 756 milhões de dados.Sánchez
prometeu que o Governo vai "chegar ao fundo" deste assunto para saber o
que aconteceu, "assumir e pedir responsabilidades políticas" e adotar
medidas para que não volte a acontecer um apagão destas dimensões."Posso
assegurar que tudo que for descoberto se tornará público", afirmou,
depois de dizer que o executivo espanhol "está plenamente consciente" de
que os cidadãos querem saber o que aconteceu.A
Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência de Espanha (CNMC)
abriu também uma investigação própria sobre o apagão, que decorre em
paralelo à do Governo, anunciou na terça-feira a presidente da entidade,
Cani Fernández.Por outro lado, a justiça
espanhola abriu um inquérito para apurar a possibilidade de um ataque
informático ter estado na origem do corte de eletricidade.