Governo da Venezuela recusa libertar detidos norte-americanos
12 de set. de 2022, 10:14
— Lusa/AO Online
O
Governo do Presidente Nicolás Maduro afirmou que continuará a
aplicar as suas leis, garantindo que se mantêm abertos os canais
negociais com os EUA, avança a agência de notícias Associated Press
(AP).No entanto, o executivo venezuelano
considera “lamentável que as autoridades dos Estados Unidos insistam na
sua reivindicação de conferir uma imunidade inaceitável aos seus
nacionais, em absoluto desrespeito pela soberania e autodeterminação dos
povos".A posição do Governo de Caracas
surge um dia após o Departamento de Estado norte-americano ter afirmado
que iria continuar a pressionar Maduro "para a libertação imediata e
incondicional" de Matthew Heath e outros cidadãos norte-americanos que
considera detidos injustamente na Venezuela.Pelo menos 10 homens, incluindo cinco executivos do petróleo e três veteranos, estão detidos na Venezuela. Os
funcionários das Nações Unidas queixam-se da falta de independência dos
juízes e procuradores venezuelanos assim como das condições das cadeias
onde se encontram detidos vários norte-americanos.
Em março, o Governo de Maduro libertou dois norte-americanos após uma
viagem surpresa a Caracas por altos funcionários da Casa Branca e do
Departamento de Estado.Três meses depois, uma nova viagem não resultou na libertação de quaisquer detidos.O
Departamento de Estado, equivalente ao Ministério dos Negócios
Estrangeiros, emitiu um aviso em julho alertando os cidadãos
norte-americanos para evitarem todas as viagens à Venezuela devido ao
risco de detenções indevidas e ameaças de grupos armados ilegais,
especialmente ao longo das fronteiras porosas do país.
Heath, um antigo cabo da marinha norte-americana, foi preso em 2020 num
bloqueio de estrada na Venezuela e acusado de ser um terrorista e
espião do então Presidente dos EUA, Donald Trump. A declaração de sexta-feira do Departamento de Estado diz que Heath foi preso sob "acusações ilusórias".