Governo da Madeira reconhece irregularidades nas contas de instituições subsidiadas
9 de mai. de 2022, 17:58
— Lusa/AO Online
“Não
houve desvios de dinheiro, nem ocultações”, disse o presidente do
executivo regional, Miguel Albuquerque, sublinhando, no entanto, ser
necessário “melhorar as contas” daquelas entidades. Segundo
o líder do executivo regional (PSD/CDS-PP), “é preciso um trabalho de
organização contabilística, no sentido de haver maior clareza
relativamente à consignação das rubricas e a sua afetação.”Miguel
Albuquerque falava à margem do lançamento do livro “Ilustres Visitantes
na Madeira – 1951 a 1991”, no Funchal, uma obra editada pela Direção
Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira.Na
quinta-feira, o Tribunal de Contas revelou que cerca de 40% das
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) subsidiadas
pelo Instituto de Segurança Social da Madeira, entre 2016 e 2018, não
publicitaram as suas contas com regularidade, tendo continuado, contudo,
a beneficiar de apoios públicos, que ascenderam a cerca de 65 milhões
de euros.No dia anterior, o TdC tinha
também anunciado a decisão de não homologar a conta de gerência de 2019
do instituto, argumentando que faltou contabilizar cerca de 1,7 milhões
de euros no exercício daquele ano.“Concordamos
com isso [o escrutínio do TdC]. Não temos qualquer problema a
aceitarmos essa correção”, declarou Miguel Albuquerque, acrescentando
que “deve ser corrigido no sentido de garantir aquilo que é o Estado de
direito e as normas do Estado de direito.”O
chefe do executivo regional disse ainda manter sempre uma “atitude
pedagógica e de respeito” para com o Tribunal de Contas e explicou que
as instituições que não publicitaram as contas com regularidade fizeram
um “trabalho de grande disponibilidade e voluntariado” durante o período
da pandemia de covid-19.“Vamos agora
trabalhar pedagogicamente com essas entidades para terem instrumentos
mais apurados e mais consistentes de gestão dos dinheiros que recebem”,
afirmou.