Governo da Madeira garante que criminalidade na região é “residual”
15 de nov. de 2022, 13:05
— Lusa/AO Online
“Eu
estou a falar de dados objetivos. Hoje, na Madeira, a questão criminal é
residual, é muito pouco. Pode acontecer um caso ou dois, são casos
pontuais”, disse.Miguel Albuquerque falava
à margem de uma visita à escola da Ladeira e Lamaceiros, recentemente
requalificada, no Arco da Calheta, zona oeste da ilha, onde comentou as
preocupações com a insegurança manifestadas por vários setores da
sociedade, sobretudo na cidade do Funchal.“Dizer
que o Funchal é inseguro ou está a saque não tem nenhum sentido”,
disse, reforçando que a situação na capital madeirense “não tem nada a
ver” em comparação com cidades onde “de facto o crime impera”. O
presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP) reconhece, no entanto, que a
existência de “casos pontuais” de violência, na maioria decorrentes do
consumo de novas substâncias psicoativas, cria uma “sensação de
insegurança” em alguns pontos da cidade. “É
um problema que exige uma intervenção pluridisciplinar, no sentido de
integrar essas pessoas, tratá-las”, disse, para logo sublinhar: “A
situação de insegurança pode gerar algum desconforto psicológico, mas
isso não tem nada a ver com insegurança, não há nenhum clima de
insegurança ou de alta criminalidade na Madeira, isso não tem nenhum
sentido”.Em outubro, a Casa de Saúde São
João de Deus indicou ter registado um “aumento significativo” do número
de internamentos devido ao consumo de novas substâncias psicoativas,
referindo que este ano já foram assistidas 110 pessoas. “Os
internamentos subiram particularmente com a pandemia [de covid-19]”,
afirmou o diretor da instituição, Eduardo Lemos, sublinhando que em 2021
foram sinalizados 233 utentes e, nos primeiros seis meses deste ano,
outros 110, dos quais 50 nunca tinham estado em contacto com a casa de
saúde, localizada no Funchal. O
responsável falava em audição na Comissão de Saúde e Assuntos Sociais do
parlamento da Madeira, no âmbito da análise de um projeto de resolução,
da autoria do PS, que recomenda ao Governo Regional a criação de uma
comunidade terapêutica de reinserção social.