Autor: Lusa/AO Online
"Mais uma vez é o próprio Estado português a constituir-se como um entrave ao desenvolvimento e progresso da nossa região", disse o governante, sublinhando que o executivo nacional "não teve em conta a auscultação das regiões autónomas" na elaboração do PRR.
Miguel Albuquerque falava na Assembleia Legislativa Regional, no âmbito do debate mensal com o Governo da Madeira, que hoje tem como tema "Next Generation UE - Instrumento de financiamento europeu para impulsionar a recuperação da Europa pós-covid-19".
O debate foi requerido pelos grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP.
"Este não é o nosso plano", declarou Miguel Albuquerque, reforçando: "O plano nacional não acompanha as necessidades da Madeira e ficou muito aquém daquelas que eram as expectativas do Governo Regional e de todos os madeirenses e porto-santenses."
O chefe do executivo, de coligação PSD/CDS-PP, reconhece, no entanto, que o PRR é de "extrema importância" para a região autónoma, que deverá receber 697,2 milhões de euros de afetação direta em subvenções e 135 milhões em empréstimos, para projetos a executar até 2026 em três áreas fundamentais: resiliência, transição climática e transição digital.
"É incompreensível e difícil de aceitar a exclusão do plano nacional de investimentos referenciados pela região como fundamentais, na área da acessibilidade aérea e na área portuária", disse, sublinhando que "foram eliminados sem qualquer justificação técnica".
Albuquerque sublinhou que a região tinha proposto projetos portuários e na área do mar no valor de 172 milhões de euros, considerando que são "primordiais" para quem vive numa ilha, mas não foram acolhidos.
O presidente do Governo Regional criticou também o "desequilíbrio" na distribuição das verbas do PRR, referindo como exemplo o diferencial entre a Madeira e os Açores, que terão acesso a mais 68 milhões de euros.