Governo da Madeira diz que Orçamento Regional é "proposta certa" em contexto de incertezas
13 de dez. de 2021, 12:14
— Lusa/AO Online
“O Governo Regional defende que o Orçamento da
Região para 2022 é a proposta certa para ultrapassar as incertezas e as
dificuldades de hoje e para conseguirmos alcançar as bases de
estabilidade social e económica, concretizando os objetivos assumidos
para com os madeirenses”, afirmou Rogério Gouveia.O
governante falava na Assembleia Legislativa da Madeira, na abertura da
discussão na generalidade das propostas de Orçamento Regional (OR), na
ordem dos 1.125 milhões de euros, e do Programa de Investimentos e
Despesas de Desenvolvimento – PIDDAR 2022, em que estão inscritos 764
milhões de euros.O plenário contou com a
presença de todos os elementos do executivo madeirense, de coligação
PSD/CDS-PP e presidido pelo social-democrata Miguel Albuquerque.O
responsável pelas Finanças recordou que esta é “a maior proposta
orçamental de sempre” na Madeira e considerou que, “num cenário de
elevada incerteza e ainda fragilidade económica, apresenta uma
estratégia sólida e coerente para mitigar os impactos da crise pandémica
sem precedentes”.Rogério Gouveia apontou
que este orçamento foi elaborado em condições diferentes dos anteriores,
na sequência da “indefinição política nacional” (perante o chumbo do
Orçamento do Estado e a dissolução da Assembleia da República), a qual
acaba por dar “uma margem de manobra mais estrita”, não estando ainda
definida, “com segurança, a totalidade dos meios de que a região irá
dispor para o próximo ano”.O titular da
pasta referiu que a proposta orçamental para o próximo ano prevê menos
transferências do Estado, “numa redução superior a 16 milhões de euros”
dos Fundos de Solidariedade e Coesão Social.Num
contexto de crescimento significativo das despesas correntes, realçou,
“as transferências do Estado para as regiões autónomas registam uma
redução severa, em claro contraciclo com as necessidades de recuperação
das economias no pós-pandemia” da covid-19.No seu entender, esta situação evidencia uma “contínua desresponsabilização e falta de solidariedade do Estado”. Entre
outros aspetos, o secretário regional mencionou que, por influência da
pandemia, há uma redução de 200 milhões na arrecadação de impostos e,
pelo sétimo ano consecutivo, o Governo Regional aposta na decréscimo da
carga fiscal, “devolvendo mais de nove milhões de euros às famílias” no
próximo ano.“Na Madeira, todos os
contribuintes que pagam IRS [Imposto sobre o Rendimento Singular] irão
ver a sua fatura fiscal diminuir em 2022”, vincou.O
desagravamento fiscal para as empresas também que terá “um impacto
negativo nas receitas da região estimado em 16,3 milhões de euros”, o
que, sublinhou, evidencia que o Orçamento Regional “constitui um esforço
máximo de ajuda às empresas e ao emprego”.O
secretário regional salientou que as infraestruturas e a economia “são
as granes áreas do investimento a realizar, suportado, sobretudo, por
recursos e receitas próprias da região, numa percentagem superior a 46% e
35% suportado pelos fundos comunitários”.“Mais
uma vez, fica o esforço nacional muito além daquilo que seria
desejável, com uma parcela que não chega a 20%”, complementou, opinando
que “o Estado apenas olha para o território continental”.Rogério
Gouveia indicou que o Orçamento Regional também “exprime as
preocupações sociais” e espelha “investimentos prioritários de apoio à
infância, aos jovens, aos idosos e às famílias”.O
Governo Regional, disse, renova com o documento o seu desígnio de
“afirmação da Madeira como um terra socialmente coesa”, e “tem
prioridades políticas bem definidas e particular empenho no
aproveitamento dos fundos comunitários”, encarando os apoios da União
Europeia, entre os quais o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR),
como “uma oportunidade sem precedentes”.O
executivo tem como “grandes prioridades” na gestão no próximo ano uma
“política orçamental sólida e credível, que não esquece a revitalização
do mercado de trabalho, a solidariedade social e não esquece nenhum
madeirense nem porto-santense”, concluiu.