Governo da Madeira diz que Orçamento para 2026 coloca alívio fiscal no centro da ação
Hoje 11:48
— Lusa/AO Online
“O
rendimento das famílias fica onde deve ficar: no bolso de quem
trabalha, de quem investe e de quem mais precisa”, afirmou o secretário
regional das Finanças, Duarte Freitas. O
governante falava na Assembleia Legislativa regional, na apresentação
das propostas de Orçamento da Madeira para 2026, no valor de 2.329
milhões de euros, e de Plano de Investimentos, orçado em 1.002 milhões.Os
valores são inferiores aos deste ano, com menos 204 milhões de euros ao
nível do Orçamento e menos 42 milhões no Plano de Investimentos, mas
Duarte Freitas explicou que a diferença decorre da conclusão de parte
significativa dos investimentos financiados pelo Plano de Recuperação e
Resiliência (PRR), bem como da diminuição dos passivos financeiros.“Este facto demonstra que o Orçamento não é menor porque fazemos menos, mas porque já fizemos muito”, disse. O
debate prolonga-se durante três dias, acabando na quarta-feira com a
votação final global, e os documentos têm aprovação garantida pela
maioria PSD/CDS-PP, partidos que suportam o Governo Regional em
coligação e contam com 24 deputados (23 social-democratas e um
democrata-cristão), num total de 47 que compõem o hemiciclo. A
apreciação na generalidade decorre esta manhã, com a presença do chefe
do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, e dos oito
secretários regionais, estando a votação agendada para depois das 12:00.Na
apresentação dos documentos, Duarte Freitas sublinhou o desagravamento
fiscal previsto no Orçamento, com a redução máxima de 30% permitida por
lei nas taxas de Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) para todos os
escalões em 2026 (atualmente abrange apenas até ao 6.º escalão). O
governante destacou também uma redução superior a 10 milhões de euros
no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), para
mitigar os custos dos combustíveis, a manutenção da taxa reduzida do
Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) no mínimo legal de 4%, com
impacto superior a 7,5 milhões de euros, e a redução de 4,2 milhões de
euros da taxa de IVA sobre a eletricidade.O
Governo da Madeira vai também manter o desagravamento máximo no Imposto
sobre o Rendimento Coletivo (IRC), com uma taxa geral de 13,3%, uma
taxa reduzida de 10,5% sobre os primeiros 50 mil euros de matéria
coletável e 8,75% nos concelhos da costa norte e Porto Santo.Duarte
Freitas apontou ainda uma dotação de 55,8 milhões de euros para
programas de dinamização da atividade económica, bem como 46,1 milhões
inseridos no Madeira 2030 (fundos comunitários) para projetos de
inovação, internacionalização, investigação e eficiência energética, e
também 2,1 milhões para linhas de crédito e mecanismos de apoio à
liquidez.O setor primário vai contar com
15 milhões, ao passo que a habitação, uma área que o executivo considera
prioritária, tem uma dotação global de 81 milhões de euros.“Já
entregámos 507 fogos. Para 2026, prevemos entregar cerca de mais 300
fogos, num investimento de 33 milhões de euros, financiado pelo PRR e
pelo Orçamento Regional”, explicou. Em
relação ao Plano e Programa de Investimentos e Despesas de
Desenvolvimento da Administração da Região (PIDDAR), no valor de 1.002
milhões de euros, Duarte Freitas destacou 28 milhões de euros para
infraestruturas rodoviárias, 11,5 milhões para requalificação e
modernização de estabelecimentos de ensino e 62,8 milhões de euros para a
continuação da construção do novo Hospital Central e Universitário da
Madeira, bem como 4,7 milhões de euros para a Unidade de Saúde Local do
Porto Santo.O governante referiu ainda uma
verba de 54,5 milhões de euros para lares, centros comunitários,
centros de dia e equipamentos destinados a idosos, a pessoas com
deficiência e grupos vulneráveis e Rede de Cuidados Continuados
Integrados.Por outro lado, apontou o
reforço do Programa Estudante InsuLar, num investimento superior a 13,5
milhões de euros, e os apoios ao desporto amador (3,7 milhões) e às
organizações juvenis (2,8 milhões)“Em
2026, o Governo Regional mantém os apoios diretos ao rendimento
familiar, nomeadamente abonos, reduções fiscais e incentivos à
natalidade, destinando mais de 130 milhões de euros ao fortalecimento
económico e social das famílias”, disse.Entre
outros investimentos, Duarte Freitas focou a alocação de 56,8 milhões
de euros para a valorização das carreiras e das condições de trabalho da
Administração Pública e de oito milhões para apoio às Associações
Humanitárias de Bombeiros Voluntários. Então
ainda previstos 2,7 milhões de euros para comparticipações para
medicamentos e serviços de saúde ao nível das forças de segurança e
militares, e mantém-se o subsídio de insularidade para todos os
funcionários públicos, com 20,5 milhões de euros.“A
Madeira não espera: age, investe e transforma”, disse o governante,
sublinhando que o Orçamento assenta na continuidade do trabalho já
desenvolvido pelo executivo e na introdução de novas medidas.