Governo da Madeira diz que críticos da zona franca ficaram desapontados
Luanda Leaks
30 de jan. de 2020, 13:28
— Lusa/AO Online
"Eles
queriam que [Isabel dos Santos] tivesse uma ligação muito forte. Alguns,
normalmente aquelas forças que são contra o Centro Internacional de
Negócios, queriam que houvesse uma ligação muito grande", afirmou o
governante, vincando que isso não se verifica. Miguel
Albuquerque fez estas declarações à margem de uma visita à Sé do
Funchal, onde decorrem trabalhos de restauro no valor de 1,6 milhões de
euros.Informações divulgadas pela
comunicação social nas últimas semanas referem que a empresária angolana
teve participação em "várias empresas", pelo menos cinco, sediadas no
Centro Internacional de Negócios da Madeira, também designado por zona
franca."Para grande desapontamento deles
[os críticos], essa ligação estava mais concentrada nos bancos do
continente e nas empresas do continente do que propriamente no Centro
Internacional de Negócios da Madeira", realçou Miguel Albuquerque. O
presidente do executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP, acusou, por
outro lado, a "nomenclatura portuguesa" de hipocrisia no caso “Luanda
Leaks”."Acho extraordinário. A
nomenclatura portuguesa já está a perguntar ‘Isabel quem?’, como se não a
conhecessem", disse, vincando: "Acho extraordinária a hipocrisia
vigente na nomenclatura". O Consórcio
Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no dia de 19
de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de “Luanda Leaks”,
detalhando esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido,
Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público
angolano, utilizando paraísos fiscais.Isabel
dos Santos, que foi constituída arguida pelo Ministério Público de
Angola acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera
estatal Sonangol, disse estar a ser vítima de um ataque político. A
empresária já refutou o que descreveu como "alegações infundadas e
falsas afirmações" e anunciou que vai avançar com ações em tribunal
contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação "Luanda
Leaks". Isabel dos Santos reafirmou que os investimentos que fez em
Portugal tiveram uma origem lícita.