Governo da Madeira apresentou quadro plurianual para 2022-2026 que considera "ambicioso"
2 de nov. de 2022, 11:48
— Lusa/AO Online
Esta é “uma proposta de quadro orçamental
realista, rigorosa, ambiciosa”, declarou o secretário das Finanças da
Madeira na apresentação do diploma, no plenário do parlamento insular. Segundo
Rogério Gouveia, este é “um quadro orçamental plurianual assente num
cenário macroeconómico minuciosamente ponderado e solidamente
perspetivado, bem como em limites vinculativos para as áreas da despesa
pública, e confere à condução da política orçamental uma firme
perspetiva de médio prazo”. Além disso,
acrescentou, o diploma projeta “a sustentabilidade das contas públicas
regionais e o equilíbrio financeiro inerente à atividade do setor
público” e vai permitir aos gestores dos organismos públicos “conhecer,
com um grau razoável de certeza – no alcance e nas variáveis que são
passíveis de antecipar –, os recursos com que poderão contar num
conjunto de cinco anos”.A medida,
defendeu, vai contribuir para que possam “melhorar a sua capacidade de
planeamento, a afetação dos recursos à sua disposição e a respetiva
responsabilização pelos resultados alcançados”.O
governante sublinhou também que o documento tem subjacente “várias
medidas orçamentais que consubstanciam o inequívoco esforço do Governo
Regional da Madeira [PSD/CDS-PP] na promoção da estabilidade e promoção
social, a recuperação empresarial e económica, reforçando o investimento
público na área da saúde e da educação, na área social, no emprego e na
economia”.Como exemplo, o responsável
disse que o documento prevê, em 2022, “mais de 800 milhões de euros para
o agrupamento das áreas sociais e 1.500 milhões de euros para o
agrupamento da área económica”.Rogério
Gouveia salientou igualmente que a proposta não esquece a atual
conjuntura e a sua imprevisibilidade, mas “continua a criar condições
para fomentar a coesão social, a privilegiar e a incentivar o
investimento público e privado, a incrementar a competitividade das
empresas regionais e a alavancar positivamente a economia”.“Sabemos
que ainda há incertezas, dúvidas e dificuldades, mas também sabemos
que, mais uma vez, vamos conseguir superar estes graves desafios”,
enfatizou.O deputado único do PCP, Ricardo
Lume considerou ser “com grandes dúvidas que a proposta pode ser
aprovada”, apontando que os quadros das previsões entre 2023 e 2026
“estão em branco” e “de previsibilidade não tem nada”.Pelo
JPP, Élvio Sousa argumentou que o “documento mostra que a dúvida global
em 2022 é superior em 80 milhões de euros – passou de 5.410 milhões de
euros para 5.490 [junho de 2022]” e evidencia “um quadro deficitário de
210 milhões de euros”.O deputado do Juntos
Pelo Povo defendeu que, “numa conjuntura difícil”, é necessário
encontrar medidas, nomeadamente de combate à inflação, para fazer face
ao aumento dos custos de habitação e de redução progressiva de impostos.Por
seu turno, o PS, o maior partido da oposição (ocupa 19 dos 47 lugares
no hemiciclo) contestou o argumento de “grau de certeza” invocado pelo
Governo Regional na proposta face à atual conjuntura, com os efeitos da
guerra na Ucrânia, considerando que tem uma perspetiva ultrapassada
baseada “no último trimestre de 2021”, com a inflação na ordem dos 0,9%,
quando “em 2022 é muito superior”.A proposta de decreto legislativo regional vai ser votada no plenário de quinta-feira.