Governo da Madeira adapta Estatuto do Antigo Combatente às especificidades regionais
9 de nov. de 2021, 12:16
— Lusa/AO Online
A proposta de decreto legislativo regional do
governo madeirense versando as medidas que beneficiam os antigos
combatentes residentes no arquipélago foi um dos pontos em debate no
plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, apresentado pelo
secretário da Educação do executivo insular de coligação PSD/CDS, Jorge
Carvalho.O objetivo desta iniciativa
legislativa, que será votada no plenário de quinta-feira, é efetuar as
“adaptações decorrentes das particularidades insulares e económicas da
Madeira”, considerando que o atual estatuto “desfavorece” os antigos
combatentes e familiares na região. O
governante destacou que a proposta introduz o direito de preferência na
habitação social para antigos combatentes e viúvos em situação de
sem-abrigo ou de grave carência de uma casa condigna.No
setor da saúde, preconiza-se a isenção total da taxa moderadora e
atendimento preferencial no Serviço Regional de Saúde, e a prestação de
apoio médico e psicológico, uma medida extensiva a cônjuges ou viúvos. Na
área social, os beneficiários passam a gozar de gratuitidade nos
transportes públicos, tendo Jorge Carvalho informado que existem “1.425
beneficiários que efetuaram o seu pedido e têm de fazer prova da
condição”.Outra medida prevista é a
entrada gratuita nos monumentos regionais: “A História que é nossa e não
pode ser apagada”, disse o governante, apontando ser preciso “prestar
tributo a quem combateu a bem da pátria”.Respondendo
a dúvidas do deputado único do PCP, Ricardo Lume, sobre a abrangência
do diploma, o secretário explicou que a lei que estabelece o estatuto se
aplica “a todo o território nacional e as especificidades são para os
que residem na Madeira”.O parlamentar comunista sustentou que “a Madeira poderia ter ido mais longe”.O
deputado do JPP Élvio Sousa corroborou a opinião e defendeu que a
proposta deveria configurar também “a prioridade em estabelecimentos de
terceira idade”, complementando que as atribuições da autonomia deviam
ter servido para a região elaborar “um estatuto próprio” para os antigos
combatentes.O governante respondeu que,
em matéria do direito à habitação, o executivo “está também a considerar
outras possibilidades” para aqueles que não têm autonomia para ter
habitação própria.O deputado Jacinto
Serrão (PS) argumentou que a proposta vem “simplesmente adaptar à
Madeira um estatuto aprovado há mais de um ano no continente”, sendo
“uma adaptação justa que perca por tardia”.O
parlamentar do PSD (partido que tem 21 dos 47 deputados na Assembleia
da Madeira) Adolfo Brazão também considerou que o Estatuto do Antigo
Combatente “poderia e deveria ter ido mais longe”, e apontou que
“corresponde aos mínimos em termos dos benefícios”, admitindo que na
Madeira “ainda possa ir mais longe”.Para o
deputado do CDS António Lopes da Fonseca, o atual estatuto “não é
suficientemente benéfico em todas as vertentes, como complemento de
pensão”, mas a aprovação deste diploma na quinta-feira no parlamento
madeirense “será um dia histórico para estes antigos combatentes em 47
anos”.