Governo conclui pré-qualificação na venda e convida interessados para próxima fase
TAP
Hoje 11:28
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto
Luz, explicou que todas as entidades que manifestaram interesse, a Air
France-KLm, IAG e Lufthansa, cumprem os requisitos e passam à segunda
fase do processo, que decorre sob coordenação da Parpública.“É
de saudar a saúde económico-financeira da companhia ao ponto de atrair
estes grandes grupos", sublinhou o ministro, acrescentando que acredita
que até ao primeiro trimestre seja possível receber as propostas não
vinculativas. As propostas não
vinculativas terão uma componente financeira, incluindo o preço
oferecido pelas ações, bem como mecanismos adicionais de valorização,
como 'earn outs', que preveem pagamentos futuros dependentes do
desempenho da empresa.Os interessados
deverão ainda indicar a perspetiva de valorização futura da participação
remanescente e eventuais formas alternativas de pagamento, como trocas
de ações.Além disso, deverão igualmente
apresentar propostas técnicas não vinculativas, com um plano industrial e
estratégico para a TAP, uma visão preliminar sobre sinergias e
benefícios para a companhia e garantias de preservação do estatuto de
operador aéreo da União Europeia.Entre os
critérios de avaliação constam a valorização financeira, a experiência
técnica, a sustentabilidade financeira, o desenvolvimento de áreas
estratégicas mantendo a marca e a sede, a salvaguarda de ligações
aéreas, a assunção de riscos regulatórios, os direitos e a valorização
dos trabalhadores e a visão para a segunda fase da privatização.As
propostas deverão ainda respeitar a legislação aplicável e as normas de
concorrência, podendo incluir informação adicional sobre condicionantes
à operação, aspetos de governo societário a salvaguardar e expectativas
quanto às diligências informativas necessárias.O
prazo para entrega das propostas não vinculativas termina em 02 de
abril, após um período de disponibilização de informação detalhada sobre
a companhia e a celebração de acordos de confidencialidade.A
Parpública, empresa estatal responsável pela gestão das participações
do Estado, tinha até 12 de dezembro para elaborar relatório com a
avaliação dos interessados, um documento que foi entregue antes deste
prazo, segundo Pinto Luz.A terceira fase
do processo inclui diligências informativas e a apresentação de
propostas vinculativas, num prazo máximo de 90 dias após o envio do
convite, podendo o Conselho de Ministros fixar um prazo inferior.Recebidas
as propostas vinculativas, a Parpública terá novamente 30 dias para
apresentar um relatório final, prazo que pode ser prorrogado mediante
decisão fundamentada do Conselho de Ministros. Com
base nesse documento, poderá ser selecionada a melhor proposta ou
aberta uma fase de negociações para propostas finais melhoradas.Concluído
o processo de seleção, o Conselho de Ministros aprovará as minutas
finais dos contratos de venda, que deverão ser assinadas pelo comprador
no prazo de 15 dias. Seguir-se-á a
convocação da assembleia-geral da TAP para aprovar as deliberações
necessárias à concretização da privatização e à implementação do plano
industrial e estratégico acordado.O
caderno de encargos prevê a alienação de até 44,9% do capital da TAP,
com 5% reservado aos trabalhadores. Qualquer participação não subscrita
ficará sujeita ao direito de preferência do futuro comprador.