Governo com “ambição” de ter plano aprovado em Bruxelas até junho
PRR
22 de abr. de 2021, 09:44
— Lusa/AO Online
“Aquilo
que esperamos é que este processo de aprovação venha a ser concluído
ainda durante o período da presidência portuguesa da UE, é essa a nossa
ambição e a nossa expectativa”, declarou o ministro do Planeamento,
Nelson de Souza.Falando em conferência de
imprensa virtual após Portugal ter submetido o seu plano a Bruxelas,
tendo sido o primeiro Estado-membro a fazê-lo, o governante acrescentou:
“Essa expectativa é-nos permitida pelo facto de termos tido um período
prévio de concertação do nosso plano com a Comissão Europeia, no sentido
de obtermos esta pré consensualização antes de o submetermos”.O
Governo entregou o PRR à Comissão Europeia pelas 06h51 (menos uma nos Açores), através da plataforma informática oficial, tornando-se no
primeiro Estado-membro da União Europeia a entregar a versão final,
informou o executivo português.O documento
prevê projetos de 16,6 mil milhões de euros, dos quais 13,9 mil milhões
de euros dizem respeito a subvenções a fundo perdido. O Governo diz ter
ainda “em aberto” a possibilidade de recorrer a um valor adicional de
2,3 mil milhões de euros em empréstimos.Questionado
sobre a vertente dos empréstimos, Nelson de Souza disse aos jornalistas
que Portugal só irá recorrer a estes “novos recursos adicionais” de 2,3
mil milhões de euros “caso a dimensão da procura assim o justifique”,
por parte das empresas.“Nós sempre
dissemos que iríamos e estamos a utilizar com muita prudência a
componente de empréstimos […] porque sabemos que temos uma questão
ligada ao nível de endividamento externo do país que é matéria que nos
deve preocupar e preocupa-nos, sobretudo porque fruto da situação
pandémica este indicador agravou-se durante os últimos meses”,
justificou o ministro.Por isso, “aquilo
que fizemos foi não reservar, de forma definitiva, esta parcela”, mas
antes “sinalizar a sua utilização futura, que ficará dependente da
avaliação do fluxo de procura que os mecanismos de capitalização e de
apoio à inovação venham a suscitar por parte das empresas e dos outros
agentes, nomeadamente do sistema financeiro”, precisou.De
acordo com o responsável, há um prazo de “até 2022 ou, no limite, até
2023, para exercer esse direito” de recorrer aos empréstimos.Já
aludindo aos próximos passos, “seguir-se-á agora um processo denso de
divulgação deste PRR, mas também – e sobretudo – de implementação
imediata, quer do conjunto de procedimentos, quer de um conjunto de
mecanismos que ponham no terreno estas medidas, estes investimentos, no
mais curto espaço de tempo”, concluiu Nelson de Souza.Em
fevereiro deste ano, o Conselho da UE adotou o regulamento que cria o
Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de
euros e que está no centro do “Next Generation EU”, o plano de 750 mil
milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020.Estes são os principais instrumentos para recuperação económica na UE pós-crise da covid-19.Relativamente
ao mecanismo, os países da UE têm até 30 de abril de 2021 para
apresentar os PRR que definam os seus programas de reforma e de
investimento até 2026.A ambição da presidência portuguesa é conseguir a aprovação dos primeiros planos até final de junho.