Governo britânico perde milhares de documentos oficiais da história do Reino Unido
26 de dez. de 2017, 12:26
— Lusa/AO online
Segundo
o diário britânico, entre o material desaparecido figuram documentos
sobre a Guerra das Malvinas ou sobre o conflito na Irlanda do Norte.O
The Guardian salienta que os documentos foram levados dos Arquivos
Nacionais por funcionários do executivo britânico para Whitehall
(edifícios governamentais), dando, posteriormente, conta do
desaparecimento.Outra
documentação que não foi possível recuperar, acrescenta o jornal,
contem dados sobre o mandato colonial britânico da Palestina, provas da
vacina contra a poliomielite ou sobre a disputa territorial mantida
entre o Reino Unidos e a Argentina sobre as Malvinas (ou Falkland).Nalguns
casos, ninguém do Governo britânico sabe por que razão alguma
documentação foi retirada dos Arquivos nacionais, como se perdeu ou
mesmo se existem cópias.Noutros casos, foram retirados documentos específicos de algumas pastas, sem que se saiba quais ou sobre que tema.Segundo
o jornal britânico, em 2015, vários funcionários do Ministério dos
Negócios Estrangeiros britânico (Foreign Office) tiraram um “pequeno
número de documentos de um ficheiro” que armazenava informação sobre o
assassínio, em 1978, do jornalista búlgaro dissidente Georgi Markov,
morto a tiro quando atravessava a ponte de Waterloo, em Londres. Essa
documentação foi “também foi extraviada”, salienta o The Guardian.Questionado
pelo jornal sobre o desaparecimento da documentação, o Foreign Office
indicou ter conseguido recuperar a “maioria” dos documentos,
devolvendo-os aos Arquivos Nacionais, admitindo, porém, que “ainda
existem uns poucos” desaparecidos.Segundo
fontes dos Arquivos, alguns dos documentos estão dados como perdidos
depois de terem sido “emprestados” a vários departamentos
governamentais.O
The Guardian realça que o desaparecimento dos ficheiros põe a nu a
facilidade com que os diferentes ministérios podem requisitar documentos
oficiais sem que, depois, sejam devolvidos.“Os
Arquivos Nacionais enviam regularmente aos departamentos governamentais
listas com os ficheiros disponibilizados”, disse ao The Guardian um
porta-voz oficial da instituição, com sede no bairro de Kew, no sudoeste
de Londres.O
porta-voz acrescentou que os Arquivos nacionais britânicos “pedem
encarecidamente” aos ministérios que devolvam os documentos “com
rapidez”, sem bem que estes não tenham nenhuma obrigação de o fazer.