Governo avisa para "restrição orçamental" e apela à oposição que não desvirtue proposta
OE2026
Hoje 17:31
— Lusa/AO Online
Na intervenção inicial do primeiro dia de
debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), José
Maria Brandão de Brito destacou que "Portugal é já uma referência na
Europa em termos de desempenho orçamental" e que o será "cada vez mais"
em termos de crescimento económico, lembrando nomeadamente a subida do
'rating' da dívida soberana portuguesa por parte de várias agências de
notação financeira, os dados do mercado laboral ou o crescimento
económico "acima da média europeia". Contudo,
"Portugal continua a ter uma restrição orçamental ativa, determinada
pelo elevado endividamento público que impende sobre o país", sublinhou o
secretário de Estado adjunto e do Orçamento, indicando que "este
contexto" aliado com a concentração avultada de empréstimos PRR retira
qualquer margem da acomodação de novas propostas" de alteração ao
OE2026, "a menos" que se queira regressar ao "passado" dos deficits,
alertou.Segundo o secretário de Estado, para tal “basta” que sejam aprovadas “três propostas de alteração de redução da taxa de IVA”. “Uma
para os painéis solares, bombas de calor, etc., que custa mais de 100
milhões de euros; outra para os produtos alimentares dos animais de
companhia, que custa mais de 80 milhões de euros; e uma outra para atos
médicos veterinários, que custa mais de 180 milhões de euros”,
argumentou. “A exigência financeira”
imposta pela execução do PRR “torna o espaço orçamental para 2026 muito
exíguo”, alertou, apelando aos grupos parlamentares para “não
desvirtuarem a proposta de orçamento entregue pelo Governo”. Na
sua intervenção, Brandão de Brito defendeu ainda que este é um “bom
Orçamento”, que “continua a reforçar a dotação orçamental dos vários
serviços públicos”, que “acomoda” a valorização de carreiras da
Administração Pública e que “traduz uma visão clara e uma ambição
inequívoca para a economia e para o país”. A
proposta foi aprovada na generalidade a 28 de outubro, com os votos
favoráveis do PSD e CDS-PP, a abstenção do PS, PAN e JPP e os votos
contra do Chega, PCP, IL, Livre e BE, sendo que a votação final global
está marcada para 27 de novembro.