Governo avalia recolher obrigatório e restrições em mais municípios
Covid-19
30 de out. de 2020, 18:11
— Lusa/AO Online
No final
da reunião da Concertação Social, o ministro de Estado, da Economia e
da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, explicou que auscultou os
parceiros sociais sobre um conjunto de hipóteses que estão a ser
ponderadas para combate à evolução da pandemia de covid-19 e que serão
aprovadas no Conselho de Ministros agendado para sábado.Siza
Vieira disse que os parceiros sociais foram ouvidos sobre a
possibilidade de o Governo “vir a alargar a mais municípios as
restrições que, neste momento, estão em vigor nos municípios de Paços de
Ferreira, Felgueiras e Lousada” e sobre a hipótese de “recolher
obrigatório”, bem como recorrer “mais intensamente ao regime de
teletrabalho”. Sobre a possibilidade de
alargar as restrições a um número maior de municípios, o ministro
explicou que serão definidos critérios que terão em conta a evolução da
situação epidemiológica, “designadamente o número de novos casos por 100
mil habitantes em 14 dias, o ritmo de crescimento de contágios e
ponderada a situação local e ouvidas as autoridades locais.”Quanto
à possibilidade de avançar com o recolher obrigatório, Siza Vieira
indicou que os parceiros sociais manifestaram dúvidas quanto à eficácia
da medida, alegando que o maior número de contágios não ocorre na via
pública durante a noite, pelo que o Governo irá “avaliar melhor onde
ocorrem com mais frequência os contágios”. A
posição dos parceiros sociais “será mais um elemento de ponderação que o
Governo irá ter em consideração”, acrescentou Siza Vieira. Por
outro lado, o ministro garantiu que “está afastada a hipótese de um
confinamento geral semelhante ao que existiu em março e abril”. Segundo
o governante, todos os parceiros sociais manifestaram que é necessário
manter a atividade económica e o ensino presencial nas escolas,
indicando que o que está em vigor nos municípios de Paços de Ferreira,
Felgueiras e Lousada “é um encerramento mais cedo de alguma atividade
comercial e restauração, mas não o encerramento das atividades
comerciais ou das atividades de serviços ou industriais e uma
recomendação de confinamento para os cidadãos”.“Nesse
sentido, o impacto económico de medidas como estas, mesmo que fossem
generalizadas a todo o território nacional, seria previsivelmente
inferior àquele que tivemos na primavera”, sublinhou Siza Vieira. As
medidas a tomar pelo Governo serão anunciadas pelo primeiro-ministro,
António Costa, no sábado, no final da reunião do Conselho de Ministros
extraordinária.