Governo aprova subida do salário mínimo para 920 euros em 2026
Hoje 16:02
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa no Palácio da Vila, em Sintra, António Leitão
Amaro disse que este é um "aumento significativo" e que em ano e meio,
com governos PSD/CDS-PP, o salário mínimo aumenta 100 euros."Em
ano e meio, com Luís Montenegro como primeiro-ministro, o salário
mínimo sobe 100 euros. Faz parte de uma política de aumento de
rendimento dos portugueses sustentada por um momento ímpar da economia
nacional", disse o governante.O acordo de
rendimentos que o anterior governo de Luís Montenegro (PSD/CDS-PP)
assinou com a UGT e as centrais patronais em outubro de 2024 prevê que o
salário mínimo suba a um ritmo de 50 euros em cada um dos anos até
2028.Os valores previstos são 920 euros em 2026, passando para 970 euros em 2027 e para 1.020 euros em 2028.Aos
jornalistas, Leitão Amaro recordou o acordo, afirmando que com a
aprovação do aumento do salário mínimo o Governo está a fazer o
"cumprimento escrupuloso" desse acordo. E acrescentou que desse acordo constam outros compromissos, caso das alterações das leis laborais."[Esse
acordo] tem várias outros compromissos e todos esses compromissos são
condições mútuas. E entre esses outros compromissos, é preciso não
esquecer, lá está a reforma da legislação laboral que esse acordo
tripartido previa", disse.Leitão Amaro
dirigiu-se diretamente à UGT, recordando que subscreveu esse acordo
tripartido e que agora deve trabalhar em diálogo com o Governo na sua
concretização."Creio que a UGT
compreenderá e compreende e quer participar na concretização de um
acordo tripartido onde está salário mínimo nacional e também outras
dimensões, incluindo incentivos à valorização salarial, domínios do IRC e
IRC e também reforma da lei laboral. É bom que haja espírito de
construção, de diálogo, este Governo já comprovou que é um Governo de
diálogo com resultados", disse o governante.Sobre
a CGTP ter pedido uma reunião diretamente ao primeiro-ministro, Luís
Montenegro, Leitão Amaro disse que no encontro se verá se a central
sindical se manterá "sempre do contra" ou quererá "ser parte das
soluções e de construção de compromissos".O
Governo apresentou um anteprojeto de reforma laboral (“Trabalho XXI”),
com mais de 100 alterações ao Código de Trabalho, que segundo os
sindicatos promove mais precariedade, facilita os despedimentos,
desregula horários e ataca a negociação coletiva e o direito à greve.Em
reação, a CGTP e a UGT convocaram uma greve geral na semana passada (11
de dezembro), tendo afetado setores como transportes, escolas,
hospitais e centros de saúde, entre outras empresas privadas como a
Autoeuropa.Tanto a UGT como a CGTP
afirmaram que a paralisação contou com uma participação massiva - a CGTP
reclama terem participado três milhões de trabalhadores - ao contrário
do Governo, que, pela voz do ministro da Presidência, António Leitão
Amaro, considerou o nível de adesão “inexpressivo, em particular no
setor privado e social”.Na terça-feira, a
UGT reuniu-se com a ministra do Trabalho sobre a reforma laboral, em
Lisboa. No final do encontro com Rosário Palma Ramalho, o
secretário-geral da UGT, Mário Mourão, disse que viu espírito negocial
do lado do executivo e que o trabalho continuará durante o próximo mês.