Governo aprova reposição de 2 anos, 9 meses e 18 dias do tempo de serviço dos professores
7 de mar. de 2019, 17:11
— Lusa/AO Online
“A solução agora aprovada – recuperação de
dois anos, nove meses e 18 dias - permite mitigar os efeitos dos sete
anos de congelamento, sem comprometer a sustentabilidade orçamental”, é
referido no comunicado do Conselho de Ministros, divulgado no final da
reunião.Segundo o Governo, os dois anos,
nove meses e 18 dias serão contabilizados “no momento da progressão ao
escalão seguinte, o que implica que todos os docentes verão reconhecido
esse tempo, em função do normal desenvolvimento da respetiva carreira”.“À
medida que os docentes progridam ao próximo escalão após a produção de
efeitos do presente decreto-lei, ser-lhes-á contabilizado o tempo de
serviço a recuperar, pelo que a posição relativa na carreira fica
assegurada”, lê-se ainda na nota.Em
conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, o
ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, afirmou que o decreto-lei
foi aprovado depois de um “longo e aturado processo negocial onde o
Governo negociou com boa-fé, transparência e clareza”.A
solução encontrada permite uma “aceleração muito significativa das
progressões” e está “no limite do esforço financeiro que o país pode
suportar”.Questionado sobre a posição dos
sindicatos dos professores, de contestação ao diploma, e eventuais
impactos no terceiro período letivo, o ministro disse que o "Governo
respeita as formas de luta legítimas" dos trabalhadores.Por
outro lado, sublinhou, "acredita que as comunidades educativas
cumprirão os seus projetos pedagógicos" e irão "respeitar o direito à
educação" independentemente das "legítimas formas de luta" dos
profissionais."O que temos assistido é que
as organizações sindicais impõem as suas prioridades", disse,
insistindo, contudo, que acredita que "as comunidades educativas
cumprirão os seus projetos".Tiago Brandão
Rodrigues adiantou ainda que "todos os docentes receberão a totalidade
do tempo" de serviço no "momento da primeira progressão" a partir de 01
de janeiro de 2019, sendo que em alguns casos essa retribuição já terá
ocorrido. As negociações sobre o tempo de
serviço congelado dos professores terminaram na segunda-feira sem
acordo, com os sindicatos a classificarem a reunião como “uma farsa
carnavalesca” e o ministro da Educação a afirmar que houve seriedade
durante todo o processo.Depois da reunião
de segunda-feira passada, a plataforma de dez estruturas sindicais de
professores, que tem negociado com o Governo a recuperação do tempo de
serviço congelado, decidiu não pedir uma reunião suplementar. Em
dezembro do ano passado, e depois de falharem as negociações com os
sindicatos dos professores, o Governo aprovou a recuperação de dois
anos, nove meses e 18 dias do tempo congelado, contra a reivindicação de
nove anos, quatro meses e dois dias. Só
que o Orçamento de Estado para 2019, aprovado antes, obrigava o Governo a
retomar as negociações com os professores e, por isso, o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu vetar o diploma do Governo.As
negociações foram, entretanto, retomadas. Os sindicatos continuaram a
reivindicar a devolução integral do tempo congelado e o
primeiro-ministro, António Costa, avisou, então, que, se as negociações
falhassem, o executivo voltaria a aprovar o decreto que repõe dois anos,
nove meses e 18 dias do tempo congelado.