Governo aprova diploma que define recuperação do tempo de serviço docente
11 de jul. de 2024, 16:26
— Lusa/AO Online
Foi aprovado o
decreto-lei que "concretiza uma recuperação histórica e um acordo
histórico do tempo de serviço dos professores, cuja contagem se
encontrou suspensa”, anunciou António Leitão Amaro, em conferência de
imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros.A
medida esteve a ser negociada entre os representantes dos professores e
o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), que chegou a
acordo com sete das 12 organizações sindicais.O
diploma prevê a recuperação do tempo de serviço de serviço congelado
durante a intervenção da ‘troika’ – seis anos, seis meses e 23 dias – a
uma média anual de 25% entre 2024 e 2027.“É
uma concretização que era justa, que foi negociada e que foi possível
executar de forma gradual, responsável e dialogada”, afirmou o ministro.A
contabilização do tempo de serviço, há muito reivindicada pelos
professores, arranca a partir de 01 de setembro. Nos anos seguintes,
terá efeitos à data de 01 de julho.“Com
este diploma, a nossa previsão, e tudo estamos a fazer, é que os
professores possam sentir no seu bolso no início do ano letivo o
significado material desta recuperação histórica”, antecipou António
Leitão Amaro.A recuperação do tempo de
serviço terá um impacto orçamental de cerca de 400 milhões de euros
brutos, cerca de 300 milhões de euros líquidos.Na
sequência desta medida, o MECI estima que o número de professores no
último escalão da carreira docente triplique até 2027, ano em que o
processo ficará concluído.Nessa altura, deverão estar no 10.º escalão 34.145 professores, quase três vezes mais face aos 13.469 aí colocados atualmente.No
final do processo de recuperação do tempo de serviço, cerca de 71,5%
dos atuais 101.277 docentes de carreira estarão nos últimos três
escalões. Atualmente, são menos um terço.Logo
após a primeira fase, em setembro de 2024, quando os docentes vão ver
recuperados 25% do tempo de serviço, estarão no último escalão mais
2.797 professores. No ano seguinte serão mais 5.945 e mais 7.013 entre
2025 e 2026.No âmbito das negociações, a
proposta do Governo foi aceite pela Federação Nacional da Educação
(FNE), Federação Nacional do Ensino e Investigação (Fenei), Sindicato
Independente de Professores e Educadores (SIPE), Federação Portuguesa
dos Profissionais de Educação, Ensino, Cultura e Investigação (Fepeci),
Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e
Universidades (Spliu), Sindicato Nacional dos Professores Licenciados
(SNPL) e Sindicato dos Educadores e Professores do Ensino Básico
(Sippeb).