Governo aprova criação da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde
8 de set. de 2022, 16:53
— Lusa/AO Online
“A
direção executiva do SNS visa responder àquilo que se revelou um papel
essencial no combate à pandemia, a necessidade de uma melhor coordenação
operacional das respostas assistenciais”, disse a ministra da Saúde, em
conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros, onde foi
aprovada a orgânica daquela entidade. Marta
Temido, que se encontra demissionária, explicou que a criação da
direção executiva “é o culminar de um processo que se iniciou com
aprovação da nova lei de bases da saúde, em 2019, que ficou suspensa com
a necessidade de responder à pandemia [de covid-19] e continuou mais
recentemente com a aprovação do novo estatuto do SNS”.A
ministra explicou que o novo estatuto do SNS, aprovado no início do mês
de agosto, continha entre as suas “principais inovações” a criação de
uma direção executiva para o SNS, previa que a organização e a natureza
jurídica dessa entidade fossem definidas em diploma próprio e que fosse
aprovado 180 dias depois da sua aprovação.Sobre
o nome do líder da direção executiva, Marta Temido afirmou apenas que a
nomeação deverá ser feita por resolução de Conselho do Ministros.“Os
eixos em que se organiza a missão da direção executiva do SNS pretendem
responder melhor à necessidade de coordenação da resposta assistencial,
de resposta em rede, de melhoria do acesso, envolvimento dos utentes na
construção do SNS e de melhor governação desta componente operacional”,
disse.Marta Temido explicou que a direção
executiva do SNS irá adotar a natureza jurídica de instituto público de
regime especial, um figurino que "melhor responde" à "manutenção da
responsabilidade política sobre a definição das políticas nacionais de
saúde e à necessidade que esta entidade tenha autonomia e que não seja
uma direção".A ministra frisou que esta
direção deve ter “simultaneamente os poderes necessários para emitir
orientações e diretrizes gerais e específicas às entidades do SNS, que
estão na primeira linha da prestação de cuidados”.“Um
dos fatores críticos para o sucesso desta direção executiva é a sua
relação com as outras unidades do sistema de saúde", como a
administração central dos sistemas de saúde ou os serviços partilhados
do SNS, e, por isso, “a orgânica detalha as formas e as sedes próprias
para a articulação entre as diferentes entidades”, disse.Marta
Temido precisou também que, no início do seu funcionamento, a criação
de uma direção executiva “não vai resolver todos os problemas de
organização do SNS, mas o que se pretende é ter uma entidade dedicada
exclusivamente à componente da prestação de cuidados”.A
ministra da Presidência, Mariana Viera da Silva, disse que a direção
executiva do SNS vai entrar em pleno funcionamento a partir de janeiro
do próximo ano. Segundo o comunicado do
Conselho de Ministros, esta nova entidade tem como missão "coordenar a
resposta assistencial das unidades de saúde do SNS, assegurando o seu
funcionamento em rede, a melhoria contínua do acesso a cuidados de
saúde, a participação dos utentes e o alinhamento da governação clínica e
de saúde".A direção executiva do SNS será
composta por um diretor executivo, conselho de gestão, conselho
estratégico, assembleia de gestores, e fiscal único.Marta
Temido apresentou a demissão a 30 de agosto por entender que “deixou
de ter condições” para exercer o cargo, tendo o primeiro-ministro optado
por manter a ministra durante mais 15 dias até à nomeação da direção
executiva do SNS.