Governo apresenta plano para migrações com regras mais apertadas
3 de jun. de 2024, 10:12
— Lusa/AO Online
O ministro da Presidência, que
tutela a política migratória, prometeu que o plano contempla regras mais
apertadas, uma estratégia para atrair quadros qualificados e um
tratamento diferenciado para os lusófonos.António
Leitão Amaro tem criticado a atual lei de estrangeiros, que permite a
regularização em Portugal de quem chega com visto de turista, através da
manifestação de interesse, e a falta de infraestruturas de acolhimento
adequadas.“A política migratória é dos
grandes falhanços do Governo anterior” e “das heranças mais pesadas que
recebemos”, afirmou no sábado, em entrevista ao Diário de Notícias e
TSF, criticando as “opções erradas de leis e regras de entrada e de
regularização em Portugal, mas também pelo colapso das instituições,
resultado das escolhas e do processo de extinção do SEF (Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras).O SEF e o Alto
Comissariado para as Migrações (ACM) foram extintos em outubro de 2023,
dando lugar à recém-criada Agência para a Integração, Migrações e Asilo
(AIMA).Após uma reunião com deputados,
Leitão Amaro já tinha prometido rever o modelo institucional de gestão
das migrações em Portugal. "Portugal tinha
uma instituição, a instituição foi eliminada, os seus recursos humanos
foram distribuídos por várias instituições", uma decisão criticada por
vários partidos e organizações, afirmou aos jornalistas o ministro,
prometendo que as novas medidas incluirão uma "correção também no
domínio institucional", sem se comprometer com a manutenção da AIMA.Em
2023, Portugal processou perto de 180 mil regularizações de imigrantes,
mas ainda há 400 mil pendências, "incluindo manifestações de interesse
para a primeira autorização de residência, pedidos de reagrupamento
familiar, pedidos de vistos, renovação de vistos ou das autorizações de
residência, processos dos vistos dos cidadãos da CPLP [Comunidade dos
Países e Língua Oficial Portuguesa]”.Entre esses candidatos, muitos terão já saído do território nacional por falta de resposta do Estado. A AIMA recebe uma média de cinco mil processos por semana e tem uma capacidade de resposta inferior a metade desse número.