Governo aposta na educação para os riscos
28 de jul. de 2018, 15:39
— Lusa/AO Online
"É verdade que a
educação para os riscos é um processo cultural que tem de se consolidar e
este trabalho está a ser feito", disse hoje à agência Lusa José Artur
Neves, à margem de uma ação de sensibilização de emigrantes que entraram
em Portugal pela fronteira de Vilar Formoso, Almeida, no distrito da
Guarda. O
governante respondia à Lusa após ter sido questionado sobre a opinião
hoje manifestada por vários investigadores que consideram que os
incêndios florestais catastróficos de 2017 fizeram muitos portugueses
perceber o risco real dos fogos, mas continuam por aprender muitas
lições e devia haver autoproteção, há desconhecimento e pânico. "A
educação para os riscos é algo estrutural que demora o seu tempo, que
nós temos de disseminar também nos bancos das escolas, desde o início, e
para isso estamos a trabalhar com o Ministério da Educação no sentido
de, já no próximo ano, haver disciplinas associadas à proteção civil a
vários níveis", acrescentou o governante. José Artur Neves assegurou depois que "a estratégia nacional para uma proteção civil preventiva está em desenvolvimento". Segundo
o responsável, há uma comissão nacional presidida pela Secretaria de
Estado da Proteção Civil que está a trabalhar há cerca de um ano para
que até 2020 sejam implementadas "a todos os níveis" estratégias para
"mitigar" os riscos que existem a nível nacional. "E
os cidadãos, que são os primeiros agentes de proteção civil, têm que
ter a educação e a cultura de segurança que nós desejamos. É isso que
nós estamos a trabalhar", afirmou. Segundo
o secretário de Estado da Proteção Civil, nesta matéria, o que chama
mais a atenção são os fogos e alterar a floresta "vai demorar tempo". O
secretário de Estado da Proteção Civil participou hoje de manhã, na
fronteira de Vilar Formoso, na campanha de segurança rodoviária
"Sécur'Eté 2018: Verão em Portugal", promovida pela associação de jovens
lusodescendentes Cap Magellan e destinada aos emigrantes que regressam a
Portugal pelos principais eixos rodoviários na fronteira com Espanha. Além
da sensibilização rodoviária, a iniciativa tem também como objetivo a
sensibilização dos emigrantes para a campanha Aldeia Segura, Pessoas
Seguras que resultou de um protocolo assinado entre a Autoridade
Nacional de Proteção Civil, a Associação Nacional de Municípios
Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias.