Governo alemão recusa pedido de ajuda da Opel

Indústria

11 de nov. de 2008, 12:07 — Lusa/AOonline

    “A situação da indústria automóvel é um dos pontos centrais do pacote de ajudas para estimular a conjuntura, os problemas dos construtores de automóveis e dos fornecedores de componentes foram levados muito a sério”, disse um porta-voz do governo hoje em Berlim.     No programa de apoio à conjuntura, que ainda terá de ser ratificado pelas duas câmaras legislativas (Bundestag e Bundesrat), para entrar em vigor em Janeiro de 2009, prevê-se a abolição temporária do imposto de circulação na compra de novos veículos.     Em carta enviada a Angela Merkel, a Opel tinha solicitado adicionalmente o apoio do governo alemão ao programa de crédito do Banco Europeu de Investimentos, no valor de 40 mil milhões de euros.     Além disso, a subsidiária europeia da General Motors propôs prémios a quem entregue carros velhos para reciclagem, e bonificações nos juros e deduções fiscais na compra de carros novos.     O porta-voz do governo não respondeu directamente aos pedidos da Opel, afirmando que o pacote de ajudas aprovado pelo executivo “já cria estímulos à compra de carros novos”, e também reverte a favor dos fornecedores de componentes à indústria automóvel.     A Opel suspendeu recentemente a produção nas suas fábricas na Alemanha, por duas semanas, devido à quebra na procura de novos veículos.     Os outros fabricantes automóveis alemães tomaram medidas idênticas para fazer face à crise financeira.     A imprensa alemã referiu que a Opel está também a preparar um programa de rescisões amigáveis de contratos de trabalho, e que terá de poupar 750 milhões de euros nas suas unidades de produção europeias em 2009.     Já hoje, o matutino Handelsblatt noticiou que a Opel vai comunicar aos seus trabalhadores na Alemanha que não haverá aumentos salariais no próximo ano, medida com a qual pensa poupar cerca de 200 milhões de euros.     O Sindicato alemão dos Metalúrgicos (IG Metall) está actualmente em negociações com o patronato e reivindica aumentos salariais de oito por cento para o próximo ano, que em princípio deveriam incluir também os operários da Opel.