Governo açoriano tem olhado o mar como “uma oportunidade e não como um temor”
31 de jan. de 2025, 15:48
— Lusa/AO Online
“Nós potenciamos,
para cumprir os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações
Unidas, a criação das Áreas Marinhas Protegidas no mar do Açores, que
vale 56% do mar de Portugal que, por sua vez, é o quinto maior mar da
União Europeia”, afirmou.José Manuel
Bolieiro acrescentou que o executivo açoriano concluiu o processo
relativo à criação das Áreas Marinhas Protegidas no final de 2024,
“antes do prazo das Nações Unidas, que é de 2030”.“E isso fez-nos alcandorar patamares de prestígio e de reconhecimento internacional”, apontou.O
líder do Governo Regional dos Açores, que falava na cerimónia de
inauguração de um novo barco rebocador do porto de Ponta Delgada, na
ilha de São Miguel, que custou mais de 7,4 milhões de euros e teve uma
comparticipação comunitária de quatro milhões de euros, salientou que à
componente de conservação e de valorização do mar, os Açores acrescentam
a investigação e a inovação.Com esse
objetivo, a Região adquiriu um navio de investigação, em Espanha, que já
foi lançado ao mar, e a expectativa é que esteja nos Açores no final do
ano, referiu.O navio de investigação dos
Açores foi lançado ao mar no dia 18 de dezembro de 2024, em Vigo, na
cerimónia de “bota abaixo” ou “botadura”, tendo o presidente do Governo
Regional dito que espera que possa ser um “ativo para o país”.O
navio, com 45,95 metros de comprimento e 10,5 metros de boca, está
atracado no porto de Vigo para os estaleiros Armon avançarem para a
parte de acabamentos e instalação de equipamentos.Financiado
pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o navio está orçado num
montante global de 25,8 milhões de euros (19,8 milhões para o navio e
seis milhões de euros para os módulos científicos).Bolieiro
referiu que o navio de investigação junta-se à construção do centro
experimental de investigação e desenvolvimento ligado ao mar (Tecnopolo
MARTEC), na cidade da Horta, na ilha do Faial, que também está a ser
edificado no âmbito do PRR.“Nós estamos a
potenciar na economia azul e na economia do mar a capacidade já
demonstrada nos Açores de investigação, de inovação, pela causa da
proteção da conservação dos nossos ecossistemas”, disse José Manuel
Bolieiro.Na sua intervenção, o presidente
do Governo Regional dos Açores, assumiu ainda que a economia do mar é
encarada como “uma potência estratégica” para o futuro da Região, e que
no presente estão a ser feitos investimentos com esse objetivo.Assumiu
ainda que a dimensão do mar e a dimensão espacial dos Açores
“acrescentam valor” à Região, porque a dimensão terrestre e demográfica
“são ambas residuais, mas a dimensão marítima e a dimensão espacial são
sobredimensão, com relevo global”.“E, por isso, sim, o mar para nós é uma oportunidade”, concluiu o líder do executivo açoriano.