Governo açoriano pede calma e garante meios para reagir à crise sísmica na Terceira
27 de jun. de 2024, 17:36
— Lusa
“Importa
neste momento encontrar tranquilidade e a normalidade possível num
contexto de crise sismovulcânica, tendo a certeza de que estamos mais
preparados do que no passado. Nunca o vulcão de Santa Bárbara esteve tão
vigiado”, declarou o secretário do Ambiente e Ação Climática, Alonso
Miguel, que tutela a Proteção Civil.O
nível de alerta relativo ao vulcão de Santa Bárbara, na Terceira, subiu
para V3 e o do sistema vulcânico fissural da ilha para V1, devido à
atividade sísmica, segundo o Centro de Informação e Vigilância
Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).Nos
níveis de alerta vulcânico, V0 significa “estado de repouso” e V6
“erupção em curso”, de acordo com a informação disponível na página do
CIVISA. O nível V3 confirma a reativação do sistema vulcânico, existindo
sinais de atividade elevada.O secretário
regional, que falava aos jornalistas à margem da visita estatutária do
executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) à ilha do Corvo, justificou a subida
do nível de alerta com a confirmação da existência de deformação
crustal e de “indicadores geofísicos e geodinâmicos bastante acima do
normal”.“Esta nova circunstância não
altera em nada os procedimentos em curso, nem induz neste momento
procedimentos especiais”, afirmou Alonso Miguel.Questionado
sobre as implicações de o maior hospital da região estar inoperacional
caso se verifique um agravamento da crise sismovulcânica, o governante
garantiu que “todos os meios à disposição da Proteção Civil serão
ativados caso haja justificação”.“Estaremos preparados para dar melhor resposta possível”, prometeu.Alonso Miguel reiterou, contudo, o apelo à calma, lembrando que “este tipo fenómeno pode durar meses ou anos”.“Em
São Jorge tivemos um ano e meio em alerta V3. Portanto, não vale a pena
criarmos alarme social. Importa, sim, estar vigilante e fazer
monitorização e intensificar a articulação entre todas as entidades”,
defendeu.Segundo o Instituto de
Vulcanologia da Universidade dos Açores (IVAR), a informação obtida
através da rede de monitorização gerida pelo CIVISA permite aferir que a
crise sismovulcânica registada na ilha Terceira desde 24 de junho de
2022 "se mantém, evidenciando sinais de claro incremento".No
âmbito desta crise, a atividade sísmica tem estado centrada "com maior
incidência dentro do perímetro do vulcão de Santa Bárbara e tem sido
caracterizada essencialmente pela ocorrência de microssismos".