Governo açoriano partilha muitas das preocupações dos pais e encarregados de educação
28 de set. de 2023, 15:00
— Lusa
“A
carta foi-nos endereçada agora, lemo-la com atenção, partilhamos muitas
das preocupações. Agora, o que não quer dizer que não se esteja a atuar
para resolver os problemas”, disse Sofia Ribeiro aos jornalistas
durante a visita estatutária à ilha do Pico, que hoje termina.A
Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação dos Açores
(FAPA) escreveu ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) a mostrar
preocupação com o arranque do ano letivo, alertando para a falta de
pessoal.Na carta, os encarregados de
educação mostraram-se “preocupados com a falta de recursos humanos nas
diferentes áreas”, com a sua formação e com a manutenção dos edifícios,
para que se possa implementar os “projetos educativos numa visão de
educação inclusiva acompanhando a era da digitalização”.Segundo
a governante, “mais importante do que a deteção desses problemas” é
resolvê-los: “E há soluções, no que concerne à falta de pessoal, que só
têm, depois, um resultado a médio e a longo prazo”.“Nós
passámos por cerca de uma década em que foram retiradas condições de
acesso à profissão, de estágios na profissão, com desinvestimentos na
formação inicial da profissão e até mesmo por uma desvalorização da
função docente, que nos conduzem à situação em que nós estamos”,
admitiu.Sofia Ribeiro vincou que a
situação “não se reverte de um dia para o outro” e que o Governo
Regional (PSD/CDS-PP/PPM) está a desenvolver medidas para poder resolver
o problema.Reafirmou que é absolutamente
essencial acompanhar “em que medida é que o próprio sistema está a dar
respostas às necessidades iniciais que são verificadas”.“Porque
nós corremos o sério risco, nos próximos anos, atendendo às
aposentações que estão previstas também na região, de voltarmos a ter
aposentações, voltarmos a ter saídas do sistema e de termos dificuldade
na colocação, porque não temos novos profissionais”, alertou.Por
esta razão, o executivo açoriano fez “uma série de reformas”, como a do
estatuto da carreira docente e dos concursos do pessoal docente
(criação dos quadros de ilha).Em relação
aos funcionários, salientou que foi feito um “reforço bastante
substancial de trabalhadores em quadros”, mas no arranque do ano letivo
estavam identificadas 217 baixas autorizadas, pelo que as necessidades
que surgem vão sendo corrigidas.Na carta
enviada ao Governo açoriano, a FAPA elogia o trabalho realizado pela
“dignificação da carreira” dos docentes e auxiliares, bem como pela
“mudança de modelos para uma educação inclusiva”, mas avisa que ainda
existe um “longo caminho a percorrer” devido à falta de recursos
humanos.“Mais um ano letivo que começa e,
mais uma vez, nos encontramos perante constrangimentos em todas as
unidades orgânicas espalhadas pelas nossas ilhas dos Açores, que, se
alguns não poderiam ter sido previstos, outros há que com uma gestão
antecipada poderiam ter sido evitados”, alertam na missiva dirigida à
Secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais e à qual a agência
Lusa teve acesso.Os encarregados de
educação expressam uma “grande preocupação” pela falta de professores em
“diversas áreas da formação”, considerando que os apoios do Governo
Regional, como as bolsas de mestrado para a formação de professores,
“não vão colmatar as dificuldades emergentes nem as futuras”.