Governo açoriano lamenta pedido de deputados para fiscalização da nova Lei do Mar
15 de jan. de 2021, 11:02
— Lusa/AO Online
“Lamento a posição dos 38
deputados da Assembleia da República que hoje requereram ao Tribunal
Constitucional a fiscalização sucessiva abstrata da constitucionalidade
da nova lei do mar”, afirmou Bolieiro numa mensagem no Facebook do
executivo regional.Na publicação, o líder
do governo açoriano recorda que a nova Lei do Mar nasceu de uma
proposta da Assembleia Regional, mas que sofreu alterações na Assembleia
da República, que transformaram “uma boa iniciativa legislativa numa
iniciativa legislativa possível”.“Não é a lei ideal, mas foi aprovada na Assembleia da República e promulgada pelo senhor Presidente da República”, lê-seJosé
Manuel Bolieiro destaca ainda que o executivo açoriano não irá abdicar
daquela lei, que advoga a gestão partilhada do espaço marítimo. “O
Governo dos Açores não abdicará do objeto da lei, nomeadamente da
gestão partilhada do nosso mar, exercendo as nossas prerrogativas
constitucionais e intenção política”, aponta.Também
no Facebook, o líder parlamentar do PS/Açores e antigo presidente
do Governo Regional, Vasco Cordeiro, citou Vitorino Nemésio para
criticar a decisão dos deputados.“No que
tem a ver com a substância desse pedido, há muita coisa que eu gostaria
de dizer a esses senhores deputados, a começar pelos do meu partido”,
acrescentou ainda o socialista.Deputados
do PS, PSD e PCP, num total de 38, juntaram-se para requerer ao Tribunal
Constitucional a fiscalização sucessiva abstrata da constitucionalidade
da nova lei do mar, considerando estar em causa a integridade da
soberania do Estado.Este conjunto de
deputados, encabeçado pela deputada socialista e ex-ministra do Mar, Ana
Paula Vitorino, entende ainda que a nova lei compromete "a unidade e
coerência da administração num quadro de adequado relacionamento no
exercício de funções conjuntas ou partilhadas entre o Estado e as
regiões autónomas".A 14 de novembro
passado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o
decreto do parlamento referente à nova lei do mar, depois de ter vetado
uma primeira versão em agosto.Na
sequência do veto de Marcelo Rebelo de Sousa, que pediu a inclusão de
ressalvas para salientar o princípio da integridade e da soberania
nacional na gestão do mar, a nova versão do decreto foi aprovada em
votação final global a 02 de outubro passado, tendo então o apoio do
PS, dos deputados do PSD Madeira e Açores, do PAN, da Iniciativa Liberal
e da deputada Joacine Katar Moreira.PSD,
Bloco de Esquerda, CDS, PCP, PEV e o deputado socialista Filipe Neto
Brandão abstiveram-se face a esta proposta, que partiu da Assembleia
Legislativa Regional dos Açores.Votaram
contra a versão final do diploma, além do deputado do Chega, André
Ventura, os deputados socialistas Bruno Aragão, Ana Paula Vitorino,
Sérgio Sousa Pinto, Isabel Moreira, Ascenso Simões, Rosário Gamboa, José
Magalhães, Marcos Perestrello, Jorge Lacão e Pedro Bacelar de
Vasconcelos.