Governo açoriano lamenta estratégia da oposição de uso de figuras regimentais limitativas
15 de jan. de 2025, 15:45
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, o executivo de coligação “lamenta e denuncia a
estratégia da oposição de levar a debate na Assembleia Legislativa da
Região Autónoma dos Açores matérias que, por serem debatidas em figuras
regimentais limitativas, não podem ter a intervenção em plenário do
executivo para o exercício do contraditório”.“Ao
invés do uso de mecanismos como uma interpelação ao Governo, uma sessão
de perguntas ou a promoção de debates de urgência, o uso de votos de
protesto limita o contexto do debate pois o mesmo não permite a
intervenção na discussão por parte do Governo”, lê-se.Segundo
o Regimento da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, o
período de tratamento de assuntos políticos é destinado à emissão de
votos de congratulação, saudação, protesto ou pesar, entre outros.Os
votos podem ser propostos pela mesa, pelos grupos ou representações
parlamentares ou por qualquer deputado e, concluída a sua apresentação,
“cada grupo parlamentar tem direito a usar da palavra até três minutos e
as representações parlamentares até dois minutos, por uma só vez”.A
reação do Governo Regional surgiu após o parlamento açoriano ter
aprovado, por maioria, dois votos de protesto, um do PS e outro do
Chega.O voto de protesto do PS foi
apresentado por Russell Sousa, devido ao incumprimento dos prazos e à
falta de pagamento das bolsas de estudo e dos apoios às propinas dos
estudantes deslocados, e pela “inexistência de um plano claro e eficaz
de planeamento e gestão dos apoios, perpetuando a incerteza e a
instabilidade financeira das famílias açorianas”.O
outro voto de protesto, motivado pelo aumento do gás, foi apresentado
pelo deputado do Chega José Sousa, que lembrou que, “no dia 31 de
dezembro de 2024, uma garrafa de gás butano normal custava 18,30 euros,
porém, logo no dia seguinte, 01 de janeiro de 2025, o valor ascendeu a
23 euros e 77 cêntimos. Mais 5,47 euros, um aumento de quase 30%”.Em
relação ao aumento do preço do gás na Região, o Governo Regional lembra
na nota que esteve em causa “uma possível interrupção do fornecimento
às populações, já em janeiro deste ano, e, apenas com uma negociação
muito firme, foi possível manter um preço abaixo do praticado no
continente (menos dez euros) e na Madeira (menos cinco euros)”.Além
disso, acrescenta, “toda a estrutura de custos não era atualizada desde
2002 e o preço na origem estava congelado desde 2019”.Já
quanto ao alegado incumprimento no pagamento das bolsas de estudo e
apoios às propinas dos estudantes açorianos deslocados, o executivo
esclarece que a portaria em causa prevê os pagamentos num prazo até 60
dias após a sua publicação, “prazo esse ainda não ultrapassado”.Ainda
segundo a nota do Governo Regional, “o volume de bolsas atribuídas
triplicou entre o ano letivo 2022/2023 e 2023/2024, numa dotação
orçamental que passou de 412 mil euros para 1,23 milhões de euros”.“De todo o modo, os pagamentos em causa estão a ser agilizados para serem pagos ainda durante o mês de janeiro”, assegura.