Governo açoriano disponível para cumprir decisão do parlamento sobre despedimentos na Praia da Vitória
27 de out. de 2023, 06:12
— Lusa/AO Online
O
parlamento dos Açores aprovou, por maioria, uma
proposta do BE que recomendava ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) a
disponibilidade para integrar na administração pública regional os
trabalhadores da autarquia da Praia da Vitória em processo de
despedimento.O executivo açoriano
enviou um ofício à autarca da Praia da Vitória, Vânia Ferreira
(PSD/CDS-PP), a informar que “se propõe cumprir” a decisão.Na
missiva a que a agência Lusa teve acesso, o diretor regional da
Cooperação com o Poder Local, Octávio Torres, informou a autarca que o
presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, o encarregou de
comunicar que, “nos termos resolutivos da Assembleia Legislativa da
Região Autónoma dos Açores, o Governo Regional dos Açores se propõe
cumprir, pela sua parte, o recomendado em devida articulação com a
Câmara Municipal da Praia da Vitória e nos termos do respetivo
enquadramento legal aplicável”.Segundo
disse à Lusa fonte próxima de José Manuel Bolieiro, este, enquanto
presidente do PSD/Açores, também já desenvolveu contactos com a autarca,
para articular a solução que foi aprovada na última sessão do
parlamento açoriano, realizada na semana passada, na cidade da Horta, na
ilha do Faial.O secretário regional das
Finanças, Planeamento e Administração Pública dos Açores, Duarte
Freitas, disse na sessão que o executivo estava a trabalhar para
encontrar soluções para os 29 trabalhadores despedidos na Câmara
Municipal da Praia da Vitória.Contudo,
alertou, esta “não é uma situação fácil tecnicamente, […] não se pode
resolver com a mera integração nos quadros da função pública, tem que
passar por um esforço momentâneo da Câmara da [Vila da] Praia para
integrar estas pessoas que faltam, internalizar e, depois, em função das
necessidades que a administração regional tenha na ilha Terceira”,
poderão ser integradas.Em setembro, a
presidente do município da Praia da Vitória anunciou que a autarquia
iria internalizar até ao final do ano a cooperativa Praia Cultural,
integrando 91 funcionários e despedindo 37, que se somam a outros 35 que
já tinham aceitado rescisões por mútuo acordo e a dois absorvidos por
entidades externas.Vânia
Ferreira disse que “é impossível” reverter os despedimentos, alegando
que alguns trabalhadores já receberam indemnizações.“Da
nossa parte é impossível revertermos o processo, porque já está mesmo a
chegar ao final. Até aqui aguardámos por parte do Governo [Regional],
mesmo sabendo que é impossível revertê-lo, mas se efetivamente puderem
fazer algo para salvaguardar estas pessoas, estamos ao lado delas,
contrariamente ao que tem sido tentado passar”, afirmou, em declarações à
Lusa.A autarca da Praia da Vitória referiu que ainda não tinha havido “qualquer contacto por parte do Governo” Regional.