Governo açoriano destaca "consistente e sustentada" reformulação na Educação
22 de nov. de 2021, 20:18
— Lusa/AO Online
“O que nos move é o futuro da
Educação, acima de tudo”, frisou Sofia Ribeiro, na Assembleia
Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), na cidade da
Horta, ilha do Faial, onde o Plano e Orçamento regionais para 2022
estão em debate esta semana.
A secretária regional notou que o
Governo PSD/CDS-PP/PPM tem previsto para 2022 um investimento de 55
milhões de euros, “sensivelmente mais 17 milhões de euros” do
que em 2021, representando “45% de aumento”.
“Ao olharmos apenas para o
investimento cuja execução é da exclusiva responsabilidade da
Secretaria Regional da Educação, este Plano regista um aumento de
5.356.910 euros, em comparação com o ano anterior, representando
mais 25%, num total de mais de 26 milhões de euros”, afirmou.
A governante considerou “notório o
aumento na promoção do sucesso educativo e no combate ao abandono
escolar precoce, com um investimento que totaliza 500 mil euros”.
“Queremos desenvolver novos projetos
educativos em atividades extracurriculares, através de parcerias com
instituições e agentes locais, para garantir respostas adequadas a
cada comunidade”, explicou.
Para “otimizar ao máximo a
potencialidade de cada aluno”, avança, “já em janeiro”, um
projeto do ‘coaching’ educativo com “ações particulares em
cada uma das unidades orgânicas que lecionem o 1.º ciclo do ensino
básico”.
Sofia Ribeiro referiu-se ainda ao
“projeto-piloto para a desmaterialização dos manuais escolares”,
a começar “em duas turmas da região”.
“É um projeto que não consiste
apenas na troca de um manual em papel para um manual que está num
computador”, mas “vai permitir aos pais e aos encarregados de
educação um acompanhamento mais direto daquilo que o aluno está a
aprender e, essencialmente, aprendizagens mais significativas”.
A responsável pela pasta da Educação
sublinhou também “o investimento no pessoal docente e não
docente”.
“Temos, no Orçamento para 2022, um
acréscimo de 10 milhões de euros para pagamentos relativos aos
vencimentos destes trabalhadores”, indicou.
Esta aposta já permitiu “colocar, em
quadro, mais 281 professores e educadores”.
“No que concerne ao pessoal não
docente, integrámos em quadro 215 trabalhadores e estamos a
trabalhar num processo de revisão dos quadros atinente não aos
rácios por aluno, mas à especificidade de cada escola e
comunidade”, frisou.
A “preponderância do investimento na
escola pública” sobe para 74%, frisou.
Rodolfo Franca, deputado do PS, disse
que “não é inscrevendo mais dinheiro numa rubrica a que se chama,
pomposamente, Combate ao Insucesso Educativo, que se consegue
defender que está a ser feito um bom trabalho”.
“Porque é que colocou mais 200 mil
euros nesta rubrica? Qual é o nosso plano para o sistema educativo
regional?”, questionou.
A deputada do BE Alexandra Manes
alertou para a existência de “centenas de professores na
precariedade”, questionando o Governo sobre como pretende resolver
o problema.
Pedro Neves, deputado único do PAN,
disse considerar que o investimento no combate ao abandono escolar
“até é reduzido”, sendo necessária uma “verba maior”,
tendo em conta tratar-se de "um pilar tão importante”.
Pelo CDS-PP, Pedro Pinto sustentou ser
“fundamental dar estabilidade aos quadros educativos e quadros de
pessoal das escolas”.
Paulo Estêvão, do PPM, alertou que “a
fixação de professores é uma questão antiga” e “não se
resolve num ano”.
“A responsabilidade é dos governos
do PS. Os senhores é que deviam ter acautelado o futuro e não o
fizeram”, lamentou.
Délia Melo, deputada do PSD, indicou
que “a proposta de orçamento para 2022 apresenta a educação como
uma área com maior afetação de recursos”.
“A educação é, de facto, o pilar
da sociedade. Na bancada do PSD não nos equivocamos. Sabemos
exatamente o rumo que queremos para esta região. Queremos uma região
que aposte na qualificação sólida da população”, afirmou.
Para a deputada social-democrata, “o
PS limita-se a criticar por criticar”.
“Não digam que nada se faz para
fixar professores. Preferem ficar no protesto ou assumir o peso da
responsabilidade que temos pela frente?”, perguntou.