Governo açoriano critica anteriores executivos e PS alerta para estado das finanças
21 de nov. de 2022, 17:59
— Lusa/AO Online
Durante
a discussão do Plano e do Orçamento da região para 2023, que está a
decorrer na sede da Assembleia Legislativa, na Horta, ilha do Faial, o
secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte
Freitas, realçou que a economia açoriana está a crescer “há 17 meses
consecutivos”.O governante projetou um
crescimento da região em 2023 superior à média nacional e destacou que o
atual executivo açoriano, que tomou posse em novembro de 2020, teve de
“pagar os desmandos deixados pelo PS”.“Se
este Orçamento não fosse aprovado o que é que acontecia? A desgraça a
que os senhores levaram a SATA seria concretizada num futuro próximo.
Este é o problema. O que senhores querem mesmo é continuar o desastre
que nos deixaram”, atirou.Duarte Freitas acusou o PS de “não ter boca de abrir” e apelou ao maior partido da oposição para pôr a “mão na consciência”.“Entre
2014 e 2019, os senhores endividaram-se com o senhor deputado Vasco
Cordeiro como presidente do Governo Regional a uma média de mais 115
milhões de euros por ano. Sabe quanto é que se aproximaram da União
Europeia? Zero”, atirou o secretário regional.O
líder parlamentar do PS/Açores, Vasco Cordeiro, que liderou o Governo
Regional entre 2012 e 2020, criticou a atuação do executivo que, “até
setembro, a três meses do final deste ano, nem metade conseguiu executar
do Plano e Orçamento da região” de 2022.“Este
é o governo que bateu todos os recordes no desequilíbrio das finanças
públicas regionais. Este é o governo que em 18 meses fez crescer dívida
pública da região em mais de 600 milhões de euros”, alertou.O socialista acusou o Governo dos Açores de estar “esgotado” e de “falar do passado para não falar do presente e do futuro”.“Agradeço
a generosidade de me terem trazido a debate, mas gostaria de dizer que
essas referências não dizem nada sobre o deputado Vasco Cordeiro e sobre
o presidente Vasco Cordeiro, mas dizem tudo sobre o vosso temor do
candidato a presidente do Governo Regional Vasco Cordeiro”, afirmou o
líder dos socialistas açorianos, em resposta às críticas sobre as
anteriores governações.A líder parlamentar
do CDS-PP, Catarina Cabeceiras, reconheceu que o investimento público
apresentado pelos anteriores governos do PS era superior ao que está
previsto no Plano para 2023, mas alertou que esse “valor não era todo
executado”.Do lado do PSD, António Vasco
Viveiros realçou que a verba prevista para a competitividade empresarial
em 2023 é superior àquela que foi executada em 2019 e criticou a
herança deixada pelo PS, alertando que a SATA e a empresa SINAGA tiveram
impactos nas finanças regionais.A
deputada do BE, Alexandra Manes, criticou o Governo Regional por manter a
“lógica da precariedade” na administração pública, condenando a postura
dos partidos que integram o executivo por defenderem uma tese na
oposição e outra no governo.O Orçamento
dos Açores para 2023, de cerca de 1,9 mil milhões de euros, começou hoje
a ser debatido na Assembleia Regional, onde a votação final global deve
acontecer na quinta ou na sexta-feira.A
Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na
atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM,
dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um
deputado é independente (eleito pelo Chega).