Governo açoriano considera “disparate” acusações de controlo da comunicação social
31 de ago. de 2023, 11:18
— Lusa
“Não
tem outra qualificação que não o disparate. Trata-se de um disparate.
Esta proposta é consensualizada também com o Sindicato dos Jornalistas e
com muitos proprietários de órgãos de comunicação social. Foi uma
construção de um projeto plural e com a participação dos próprios
destinatários”, afirmou José Manuel Bolieiro aos jornalistas.O
líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), que falava à margem da
inauguração da variante ao Portal do Vento nas Sete Cidades, reagia às
críticas ao programa Media+, que prevê uma compensação salarial aos
jornalistas que consiste na “atribuição mensal de um apoio financeiro”.Segundo
o projeto de decreto legislativo regional, a que a agência Lusa teve
acesso na terça-feira, no caso de jornalistas contratados por tempo
indeterminado nas “áreas da produção, edição e difusão de conteúdos
informativos”, é suportado 40% do respetivo salário.Hoje,
o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, afirmou que o novo programa de
incentivo à imprensa privada nos Açores é uma “grotesca, perversa e mal
disfarçada tentativa do Governo Regional de controlar a comunicação
social”.Em resposta, o presidente do
Governo Regional realçou que a “verdadeira liberdade ética e
deontológica dos profissionais da comunicação social está absolutamente
assegurada nos Açores”.“Queremos
valorizar, no apoio às empresas proprietárias de órgãos de comunicação
social, essenciais à pluralidade de opinião e à independência, a
autonomia da comunicação social privada nos Açores, com um apoio que
também permita valorizar os trabalhadores”, salientou.José
Manuel Bolieiro insistiu que o novo programa de apoio à imprensa
privada foi “construído em diálogo e com participação de jornalistas e
proprietários dos títulos de órgãos de comunicação social”.“Agora
sim, respiramos verdadeira democracia e liberdade de opinião, com maior
escrutínio que alguma vez houve até porque não se trata de um governo
de maioria absoluta”, declarou, aludindo ao anterior período de
governação do PS na região.O Media+, que
ainda vai a Conselho de Governo, seguindo depois para o parlamento
açoriano, prevê suportar até 40% dos salários dos jornalistas até 1.500
euros, comparticipar formações e projetos multimédia.