Governo açoriano compensa 70 trabalhadores da Base das Lajes
Hoje 10:28
— Lusa/AO Online
Num comunicado enviado às redações, o executivo presidido por José
Manuel Bolieiro revelou que aqueles trabalhadores, afetos às forças dos
Estados Unidos da América nos Açores (USFORAZORES), tinham as suas
remunerações suspensas devido ao impasse orçamental norte-americano, que
já foi, entretanto, ultrapassado.“A medida, de natureza excecional e
transitória, entrou em vigor a 08 de novembro, constituindo um
adiantamento reembolsável aos trabalhadores afetos às USFORAZORES,
correspondente às remunerações líquidas em atraso, tendo por referência
de cálculo o período de salários compreendido entre 07 de setembro e 20
de setembro de 2025”, pode ler-se na nota de imprensa do executivo
açoriano.O vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, lembra
que, numa primeira fase, a região solicitou a intervenção do executivo
de Luís Montenegro, no sentido de ser o Estado a compensar a perda
salarial dos trabalhadores da Base das Lajes afetados por esta
paralisação orçamental, mas lamentou que a missiva não tenha tido
acolhimento.“É incompreensível que tanto o Ministério dos Negócios
Estrangeiros como o Ministério da Defesa se tenham ficado por uma mera
avaliação de soluções, sem avançar com uma resposta para estes
trabalhadores portugueses açorianos, que se encontraram numa situação à
qual, obviamente, estes ministérios não são alheios”, referiu o
governante, citado na nota informativa.O vice-presidente lembrou
também que, “perante o abandono” a que foram votados estes trabalhadores
portugueses na Base das Lajes, não restou outra alternativa ao Governo
Regional que não fosse a de encontrar soluções para compensar esta perda
de rendimentos.“Empenhei-me ativamente na criação desta solução que
permitiu assegurar que estes trabalhadores, e as suas famílias,
pudessem fazer face às suas necessidades financeiras no imediato. O
número de trabalhadores que a ela recorreram é demonstrativo do seu
impacto concreto. Esta foi uma medida humana e necessária”, insistiu
Artur Lima.Apesar disso, o executivo açoriano lembra que esta foi
uma intervenção “excecional e transitória”, mas deixou claro que
“compete ao Governo da República” e não ao executivo açoriano “elaborar
medidas” para ultrapassar este problema, caso ele volte a repetir-se.“A
circunstância destes trabalhadores resulta de um acordo entre dois
Estados e recordo que estes descontam para a Segurança Social, nos
termos do n.º2 do Artigo 19.º do Regulamento do Trabalho, pelo que a
solução pode facilmente ser concretizada através da Segurança Social”,
refere o Governo Regional na nota de imprensa.