Governo açoriano admite que existem interessados na compra do hotel da Graciosa
24 de jul. de 2024, 11:37
— Lusa/AO Online
“Não posso negar que o
secretário das Finanças e eu próprio temos conhecimento de que há muita
gente que se manifestou interessada. Entre a intenção, o interesse e
depois a concretização de candidatura, vamos esperar pela conclusão”,
afirmou o líder do executivo dos Açores.José
Manuel Bolieiro falava aos jornalistas em Santa Cruz após uma reunião
com o Conselho de Ilha a propósito da visita estatutária do governo
açoriano à ilha.A “cessão ou alienação”
dos hotéis detidos pela região nas ilhas das Flores e Graciosa,
atualmente concessionados à fundação Inatel, foi anunciada pelo Governo
dos Açores, pela primeira vez, em junho de 2022.Os
processos de privatização foram suspensos devido à rejeição do
Orçamento para 2024, tendo sido retomados pelo XIV Governo Regional
(também de coligação PSD/CDS-PP/PPM) durante esta legislatura, de acordo
com uma resolução do Conselho de Governo revelada a 13 de junho que
autorizou a alienação em hasta pública dos hotéis.Hoje,
Bolieiro disse estar “otimista” com o processo de alienação do hotel e
salientou que o preço de venda de cerca de 1,8 milhões de euros foi
fixado “de acordo com o mercado” e após consultados vários
especialistas.“O processo está em curso e
tenho boa expectativa porque a ilha Graciosa é, cada vez mais, uma ilha
de destino turístico com atração e diminuição da sua sazonalidade”,
vincou.Já o presidente do Conselho de Ilha
alertou para a importância de a infraestrutura continuar a ser um
hotel, esperando que os compradores “não façam outra coisa qualquer”
naquele espaço.Ricardo Areia expressou o desejo de que o único hotel da Graciosa seja vendido a um grupo com experiência na hotelaria.“É
[preciso] salvaguardar que a infraestrutura não desaparece, que não
fecha e que se mantenha como hotel. O turismo está a crescer na Graciosa
e é preciso infraestruturas daquele género”, avisou.Sobre
a saúde, outra das preocupações manifestadas pelos conselheiros, José
Manuel Bolieiro afirmou que existiu um “aumento de especialistas e
doentes deslocados” e “mais oferta de consultas e de exames”.“Há um aumento da capacidade de oferta nos cuidados de saúde aos graciosenses”, reiterou.Bolieiro
assegurou ainda que o Governo Regional está a procurar “adaptar o
potencial de concorrentes para explorar com eficácia e eficiência” as
termas do Carapacho, depois de o último concurso ter sido revogado pelo
executivo regional, levando a única candidata elegível a agir
judicialmente.“O potencial termal dos
Açores foi negligenciado no passado também para efeitos turísticos. A
Graciosa tem esse potencial. Está agora no contencioso, resultante,
também, de um concurso e de um caderno de encargos mais exigente quanto à
qualificação”, destacou.Por sua vez, o
presidente do Conselho de Ilha considerou que o potencial termal e de
saúde das termas do Carapacho está a ser desaproveitado.“Temos
de as pôr a funcionar de maneira a que seja bom para a ilha e para o
turismo, para que se explore a água termal que está classificada”,
defendeu, a propósito daquelas termas cujas águas são conhecidas desde
1750 pelos benefícios medicinais.No
memorando entregue ao Governo dos Açores, o Conselho de Ilha da Graciosa
pediu um “ponto de situação” da alienação do hotel, atualmente
concessionado à fundação Inatel, um reforço os meios na saúde,
esclarecimentos sobre a situação nas Termas do Carapacho e intervenções
na escola básica e secundária da ilha.