Governadores pedem a Bolsonaro "diálogo diplomático" para fabricar vacinas
Covid-19
21 de jan. de 2021, 17:40
— Lusa/AO Online
No
documento, a que a imprensa local teve acesso, os governadores pediram
que seja "avaliada a possibilidade de estabelecer um diálogo
diplomático", especialmente com China e Índia, visando "assegurar a
continuidade do processo de imunização" no Brasil, que já soma mais de
212 mil mortes e 8,6 milhões de casos de Covid-19.“Os
governadores dos entes federados brasileiros que assinam este
expediente recorrem a Vossa Excelência a fim de tratar da crucial
necessidade de manter o suprimento externo dos insumos [ingredientes]”
para a produção de vacinas contra a covid-19 no Brasil, diz a missiva.Ao
todo, 15 lideranças estaduais assinaram o documento, entre elas João
Doria, governador de São Paulo, o Estado mais rico e populoso do Brasil e
responsável pela fabricação no país da Coronavac, a vacina desenvolvida
pelo laboratório chinês Sinovac, através do Instituto Butantan.O
Brasil, que aprovou no domingo o uso de emergência da Coronavac, vacina
desenvolvida pela farmacêutica da China Sinovac, e do imunizante
desenvolvido pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca e pela
Universidade de Oxford, iniciou imediatamente o seu Plano Nacional de
Imunização com seis milhões de doses da fórmula chinesa.No
entanto, a vacinação corre o risco de ser paralisada devido à falta de
matéria-prima para a produção de mais doses, segundo alertou o Butantan,
assim como pelo atraso na entrega de dois milhões de doses da vacina de
Oxford pelo Governo da Índia.O diretor do Butantan, Dimas Covas, informou que a matéria-prima para a
produção de mais doses "estava quase totalmente esgotada" e, durante uma
conferência de imprensa em São Paulo, voltou a fazer um apelo público a
Bolsonaro e ao ministro das Relações Exteriores, para acelerarem as
negociações com os países exportadores. “Peço
ao nosso Presidente, ao nosso ministro das Relações Exteriores, que nos
ajudem a estabelecer essa relação com a China e solicitem que os
trâmites burocráticos para essa exportação sejam feitos no menor espaço
de tempo”, disse Covas.A estatal Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção da vacina Oxford no Brasil, vive problema semelhante.A
instituição ainda aguarda um lote de dois milhões de doses do
imunizante que foi produzido na Índia e cuja exportação ainda não foi
autorizada pelo Governo do país.Assim, a
Fiocruz informou na terça-feira que atrasará a entrega das primeiras
doses fabricadas no Brasil devido ao atraso do envio dos ingredientes
necessários para a sua produção.