“Gosto de Jogar à Bola”, o livro solidário que fala de Laura, uma menina na formação do Angrense
12 de dez. de 2020, 15:49
— Tatiana Ourique / AO Online
Adora
princesas, Barbies, unicórnios e Harry Potter. Gosta de jogar à bola e de
dançar. Vai para o municipal de Angra com a mãe torcer pelo pai, “Pedrinho”,
praticamente desde que nasceu. Mas não se ficou pela condição de espectadora: “A Laura sempre acompanhou os jogos do Angrense,
atendendo a que o pai é jogador de futebol, tornou o gosto pelo futebol, praticamente,
inato - filha de peixe sabe nadar - e foi manifestando, ao longo do tempo, o
desejo não só de assistir, como também de jogar. Daí nasce uma conversa à porta fechada com o
pai, da qual resulta a inscrição na formação do clube”, disse a autora em
entrevista ao Açoriano Oriental.
Por enquanto Laura é a única menina do escalão e esse
fator levou a mãe Cláudia a escrever um pequeno livro infantil intitulado
“Gosto de Jogar à Bola”, “com o intuito de incentivar outras meninas a jogar
futebol assim como incitar todas as crianças à prática desportiva”, refere a
mãe de Laura.
“A mensagem fundamental é o incentivo à prática
desportiva, valorizando um crescimento saudável. Pretendo abordar a igualdade
de género e a inclusão no desporto, com o
intuito de desmistificar a prática desportiva: as raparigas podem jogar futebol
e os rapazes podem fazer ballet. O importante é fazerem o que lhes dá prazer, que
os torna ativos e saudáveis. Retirar um pouco as tecnologias e convidar as
crianças a correr, a dançar, a mexer. Sem esquecer uma alimentação equilibrada
e bons resultados na escola. Também é importante o tempo da brincadeira, onde a
criatividade reina”, acrescentou a autora de “Gosto de Jogar à Bola” que tem
ilustração de Pedro Fagundes, um amigo da família que também se estreou na
ilustração literária. “Abordei o
Pedro Fagundes logo que surgiu a ideia do livro. A irmã dele é madrinha da
Laura e eu sabia que ele desenhava. Então lancei-lhe este desafio que foi
prontamente aceite. Acho que é bastante criativo e, como eu, sem experiência no
mundo dos livros. Foi a combinação perfeita. O facto de ser pai de dois rapazes
em idade escolar, também ajudou ao nosso entendimento”, refere Cláudia.
A
obra seria lançada a 1 de dezembro, dia do 91º aniversário do Sport Club
Angrense, e por estar associada ao projeto Angrense
Solidário. “Esta data foi escolhida, pelo facto de o livro ter a vertente
desportiva e de solidariedade, apoiando o Angrense Solidário. Com a presença de
sócios, jogadores, dirigentes, simpatizantes e a comunicação social, teria
certamente um impacto maior e estaríamos a dar enfoque também ao processo de
certificação de ´Entidade Formadora da Federação Portuguesa de Futebol´. Trata-se de um processo exigente e com critérios rigorosos
em que o SC Angrense se empenhou no sentido de obter a melhor certificação de
Entidade Formadora, sendo atualmente reconhecido pela FPF com a classificação
de 3 Estrelas. Ora, neste
processo o livro também é considerado uma ferramenta a nível da ética no
desporto”, adiantou a terceirense.
No
entanto, as restrições impostas pela pandemia levaram ao cancelamento do
evento público e consequentemente ao adiamento por tempo indeterminado do
lançamento do livro sendo a apresentação
presencial substituída por uma divulgação do livro através das redes sociais.
O
Angrense Solidário nasceu em 2014 e é um projeto de caráter social, com
objetivo de desenvolver ações e eventos que possam ajudar instituições ou
famílias.
Este ano, o SC
Angrense, através do projeto Angrense Solidário
e com apoio do restaurante A Barrica, recolhe alimentos neste estabelecimento
para oferecer Cabazes de Natal a quem mais precisa.
O
projeto realiza, ainda, uma Campanha de Apoio à Infância em que irá oferecer
roupa, calçado e/ou brinquedos às crianças da Casa de Acolhimento Sêasa.