GNR destaca quase três mil militares para operação do Rali de Portugal
18 de mai. de 2021, 14:44
— Lusa/AO Online
Numa conferência de imprensa realizada no Comando Territorial do Porto, o comandante João
Fonseca explicou aos jornalistas que perto de três milhares de militares
vão apoiar a segurança e trânsito dos pilotos, mas também controlar a
presença do público nas zonas autorizadas para o efeito.“Portugal
tem, historicamente, um grande volume de aficionados, o objetivo é que a
prova decorra em segurança, levar os espetadores para as zonas de
espetáculo, contê-los nas zonas de espetáculo e conseguir o sucesso do
rali”, explicou.Segundo o comandante, a
operação tem vindo a ser planeada “há meses”, junto da organização da
prova, a cargo do Automóvel Clube de Portugal (ACP), e arranca na
quarta-feira, um dia antes do início oficial da corrida.A
GNR, que estará em todos os troços classificativos, apela “ao bom
senso, civismo, e responsabilidade de todos”, para que não coloquem em
causa a realização do evento.Para isso,
estará nas zonas onde o público é autorizado, fazendo cumprir não só as
normas sanitárias como de lotação, definidas pela regra de uma pessoa
por cada oito metros quadrados.Segundo
Francisco Martins, da Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária, o
objetivo não é que as pessoas ‘fujam’ das zonas autorizadas para outras,
uma vez que isso pode colocar em causa a realização daquela especial,
por ordem da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que
supervisiona o Mundial de ralis, mas antes “que se cumpram as regras
impostas pela Direção-Geral da Saúde”.“O
que apelamos às pessoas é que cumpram escrupulosamente as regras dos
militares no terreno. Quando o limite for alcançado, não deixaremos
entrar mais ninguém. (...) Não adiantará anteciparem-se à operação da
GNR”, avisou o militar.Segundo Francisco
Martins, não será permitida a venda de comidas e bebidas nas zonas de
espetáculo e estarão no local militares para gerir a lotação e entrada
nos espaços, pelo que “quem os tentar ocupar antes corre o risco de ter
de sair e situar-se na fila de ingresso do local”.O
diretor da prova, Horácio Rodrigues, disse que era “impossível realizar
este rali” sem aquela força de segurança e que, depois de um ano em que
a prova foi cancelada, será imprescindível “cumprir as normas” para não
comprometer o evento.“Meia hora antes do
primeiro concorrente [sair para a estrada], passa o delegado de
segurança da FIA. Se vir que não tem segurança, pega no rádio e diz que
aquele troço não se faz. Torna inglório todo o esforço que foi feito”,
afirmou.O diretor lembrou a oferta de
transmissão televisiva, “mais do que é normal”. “Também se pode ver
muito bem o Rali em casa”, observou.Nem a
GNR, nem a organização avançaram com números concretos para a lotação
dos espaços, apenas que foram calculadas as lotações por área, algumas
com capacidade para centenas de pessoas e outras menos, disponibilizando
depois a informação de lotação em tempo real em cada zona de espetáculo
através de várias plataformas de comunicação.“Existem
regras específicas para aglomerados e excessos de pessoas que não
coabitem. Existem distâncias de segurança a ser cumpridas, uso
obrigatório de máscara”, alertou Francisco Martins.Segundo
o militar, no fim de semana, a prova passará por concelhos que não
estão na mesma fase de desconfinamento do que a generalidade do país,
pelo que as regras serão “adequadas.A
conferência de imprensa contou ainda com o piloto Armindo Araújo, que
lembrou a importância de honrar a “grande tradição cultural” do país no
desporto automóvel, numa das “melhores provas do campeonato do mundo”.“Este
ano, temos de cumprir novas regras, não só de segurança, mas também de
saúde. Temos de ajudar a organização nesse problema, ser compreensivos e
tomar conta de nós”, avisou.Ao seu lado,
também o navegador Luís Ramalho, profissional de saúde, lembrou o
“esforço ciclópico” que o país e o Serviço Nacional de Saúde têm feito
há mais de um ano para dar resposta à pandemia de Covid-19, precisando
agora que, “no maior evento do país”, o público “ajude”.“Está
na mão das pessoas ajudar-nos a todos. Ninguém quer ir ver e ser
impedido. É imprescindível que colaborem com a GNR, que faz um trabalho
impressionante. Ajudem-nos, porque queremos dar-vos um espetáculo”,
atirou.O Rali de Portugal vai ser
disputado entre 21 e 23 de maio, na zona centro, com classificativas em
Coimbra, Lousã, Góis e Arganil, e norte, em Lousada, Paredes, Mortágua,
Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto, Amarante, Porto, Felgueiras,
Montim, Fafe e Matosinhos.