Glex Summit junta 120 exploradores no "laboratório natural" dos Açores
18 de jun. de 2024, 14:58
— Lusa
“Os Açores são um
laboratório natural para a produção de conhecimento e de ciência e esta
mistura entre ciência, fazedores e tecnologia que permite uma parte
ajudar a outra é isso que a Glex é”, afirmou Manuel Vaz, fundador da
Expanding World, que organiza a cimeira, em declarações à margem da
sessão de abertura da Glex Summit, que decorre até quarta-feira em Angra
do Heroísmo.A quinta edição da cimeira
organizada pela Expanding World, com a curadoria do The Explorers Club,
de Nova Iorque, realiza-se pelo terceiro ano consecutivo nos Açores e
pelo segundo na ilha Terceira.“Estamos no
sítio mais óbvio do planeta Terra para estarmos a realizar uma cimeira
onde todas as áreas se sentem em casa, dos oceanos à vulcanologia e ao
espaço. Este é o sítio perfeito onde o velho mundo e o novo mundo se
encontram”, frisou.Na edição de 2023 foi
anunciada a primeira missão de simulação lunar em Portugal, que levou
sete "astronautas" de vários países à Gruta do Natal, na ilha Terceira,
onde permaneceram durante seis noites e sete dias.Segundo
o organizador, a abertura do encontro com uma intervenção do aquanauta e
conservacionista oceânico Fabien Cousteau, promotor do projeto Proteus,
que pretende criar estações de investigação subaquáticas, é “um sinal
claro de uma futura cooperação”.“Se há
estações espaciais, porque é que não há estações debaixo de água?”,
questionou, defendendo que “há, seguramente, condições para aplicar o
projeto nos Açores.Questionado à margem do
evento sobre o potencial do arquipélago para a instalação de uma futura
estação subaquática, Fabien Cousteau disse apenas que “os Açores têm
potencial para muitas coisas”, mas a admitiu que o Atlântico Norte é uma
das localizações em vista no projeto Proteus.“O
oceano Atlântico é de importância primordial. O projeto Proteus não é
para um único habitat. Começámos com a ideia de um, mas a procura e o
interesse é de termos um número de 'habitats' estrategicamente colocados
em diferentes partes do mundo, claro que o Atlântico Norte sendo um
desses lugares”, avançou.O aquanauta conta instalar no final de 2026 a primeira estação de pesquisa científica subaquática em Curaçau, nas Caraíbas.“Podemos
levar o laboratório ao fundo do mar, em vez de trazermos amostras à
superfície. Assim, as amostras não são corrompidas, a informação pode
ser gerada imediatamente e tudo isto para criar inovações, novas
abordagens, novas formas de pensar e de perceber o que se está a passar
num sítio sobre o qual não sabemos nada”, salientou.Entre
os oradores convidados desta edição estão nomes como o entomologista
Sammy Ramsey, a bióloga Martina Capriotti, a vulcanóloga Jess Phoenix, o
conservacionista Morad Tahbaz, o ativista cultural Ihor Poshyvailo e a
ativista da paz Aziz Abu Sarah.Participam
ainda a engenheira aeroespacial Sabrina Thompson, a investigadora polar
Kirstin Schulz, a astronauta da NASA Nicole Mann, e a investigadora do
INESC-TEC Ana Pires, que foi comandante da missão CAMões, na Gruta do
Natal.