Gestora da central de Fukushima deve melhorar fiabilidade

22 de abr. de 2013, 09:42 — Lusa/AO Online

"A Tepco deve manter os esforços para melhorar a fiabilidade dos sistemas essenciais, para avaliar a integridade das instalações e para elevar a proteção relativamente aos riscos externos", sublinhou em comunicado o organismo, no final de uma missão de vários dias no complexo nuclear, no nordeste do Japão. A empresa deve também rever a estratégia "para melhorar a gestão das radiações emitidas pelo local, particularmente aquelas criadas pelo armazenamento de água radioativa acumulada" na central. A companhia de eletricidade deve armazenar mais de 250.000 toneladas de água radioativa, mas confronta-se com fugas em três dos sete reservatórios subterrâneos, tendo decidido abandonar a utilização destas "bacias" e armazenar a água em grandes cubas fixadas no solo. Uma operação de transvase de 23.000 toneladas de água radioativa começou na passada semana e deverá terminar no final do próximo mês ou no início de junho. "A água acumulada no local é o maior problema" e "é preciso uma estratégia completamente nova para gerir esta enorme quantidade", sublinhou Juan Carlos Lentijo, que liderou a missão da AIEA à central, numa conferência de imprensa em Tóquio. "É necessário reforçar o controlo dos riscos de fugas", advertiu. A Tepco tem registado, nos últimos tempos, outros problemas na central de Fukushima. Em meados de março, uma avaria nos distribuidores de eletricidade paralisou, durante perto de 30 horas, uma parte dos sistemas de refrigeração das piscinas de armazenamento de barras de combustível usado. A avaria, um curto-circuito, foi causada por um rato. Este incidente, sem dúvida o mais grave desde que a central foi declarada estabilizada, na sequência da "paragem a frio" dos três reatores em funcionamento, em meados de dezembro de 2011, tornou evidente a precariedade dos dispositivos atualmente em funcionamento no complexo atómico, parcialmente destruído pelo sismo e tsunami de 11 de março de 2011. A "paragem a frio" significa que as temperaturas dos núcleos dos reatores e dos tanques de contenção são mantidas a menos de 100 graus. Antes do sismo, três dos seis reatores de Fukushima tinham sido desligados para manutenção. Lentijo considerou que incidentes podem acontecer "mesmo em centrais (atómicas) em funcionamento, e que importante é ser "capaz de responder" à situação. A "Tepco está preocupada por ter perdido a credibilidade junto do público. Devem introduzir contramedidas adicionais para conquistar a confiança da sociedade", insistiu. O chefe da missão da AIEA disse ter mantido "discussões francas, abertas e profissionais" com os responsáveis da empresa nipónica.