Gazprom diz que fornecimento de gás à China está quase no nível máximo
29 de mar. de 2023, 10:39
— Lusa/AO Online
Durante
um fórum económico que está a decorrer na ilha de Hainan, no sul da
China, Viktor Zubkov disse ainda que a Gazprom está a negociar com o
país asiático um possível projeto de fornecimento adicional através da
Mongólia.Zubkov afirmou que a empresa está aberta para atender outros mercados asiáticos.O
líder chinês Xi Jinping vê Moscovo como um parceiro diplomático crucial
para contrapor o domínio dos EUA nos assuntos globais. Pequim recusou
criticar a invasão da Ucrânia e pediu um cessar-fogo e negociações, mas
não uma retirada russa.As importações
chinesas da Rússia, principalmente petróleo e gás, aumentaram 31,3%, em
janeiro e fevereiro, para 18,6 mil milhões de dólares (17,1 mil milhões
de euros).Isto ajuda o presidente russo,
Vladimir Putin, a compensar a perda de receitas, depois de os Estados
Unidos, a Europa e o Japão terem bloqueado ou reduzido as importações.“A
Rússia está a aumentar o fornecimento de gás para a China”, disse
Zubkov, no Fórum Boao para a Ásia. “O fornecimento de gás através do
gasoduto Força da Sibéria vai atingir em breve o volume anual contratado
de 38 mil milhões de metros cúbicos”, avançou.A
Gazprom está a negociar com a estatal China National Petroleum um
projeto de fornecimento de gás através da Mongólia, projetado para
transportar 50 mil milhões de metros cúbicos, segundo Zubkov.“A Rússia está aberta à cooperação com outros países asiáticos no fornecimento de energia limpa”, afirmou.Também
no fórum, o vice-presidente da agência de planeamento do Conselho de
Estado chinês disse que Pequim vai equilibrar os seus planos de reduzir
as emissões de carbono com a necessidade de garantir a segurança
energética. A China é o maior emissor de gases poluentes do mundo.O
país intensificou a mineração de carvão e a construção de usinas que
geram energia a partir da queima daquele combustível fóssil depois de
ter enfrentando escassez de energia, no final de 2021, o que causou
apagões e forçou fábricas em algumas áreas a fecharem temporariamente. Xi disse em 2020 que as emissões de carbono atingiriam o pico em 2030, mas não anunciou nenhum nível-alvo.“Vamos
promover ativa e prudentemente o pico de carbono e a neutralidade do
carbono”, disse Zhao Chenxin, da Comissão Nacional de Desenvolvimento e
Reforma, o órgão máximo de planificação económica da China. “No entanto,
devemos equilibrar as suas relações com a segurança energética e o
desenvolvimento”.