Gabriela Canavilhas promete mais atenção ao sector do livro

20 de nov. de 2010, 10:21 — Lusa/AO Online

A governante defendeu “uma política mais agressiva de colocação dos nossos autores no mercado internacional”. Em entrevista à Lusa, a ministra afirmou: “Nós temos de ter um plano de intervenção sistematizado e lançado a médio prazo de modo a que as editoras sintam que podem arriscar”. Canavilhas reconheceu razão às críticas apontadas por alguns escritores numa carta aberta, mas afastou a possibilidade de que o desaparecimento da DGLB (Direção Geral do Livro e das Bibliotecas) possa refletir uma menor desatenção ao setor. “Reconheço que não foi feito tudo quanto podia ter sido feito nesta área”, disse, e prometeu “dedicar mais tempo a esta matéria”. Na carta enviada a Gabriela Canavilhas, 15 escritores, entre os quais Lídia Jorge e António Lobo Antunes, afirmam-se estupefactos com “a extinção do único organismo que representava o empenhamento do Estado português (…) numa das áreas que melhor tem representado o nosso país na sua transformação democrática: a difusão da sua literatura”. Para os escritores, “a reintegração da gestão dos assuntos do livro e da leitura na Biblioteca Nacional de onde em devido tempo foi autonomizada, significa a desvalorização, secundarização e desprezo por todo um sector que está em mudança, que carece de elos de coordenação, confrontação com as práticas globais, proteção das obras literárias portuguesas e lusófonas, articulação com os agentes nacionais e estrangeiros que as difundem”. Referindo-se à carta, a ministra afirmou: “não rejeito de todo as críticas, assimilo-as e dou testemunho da minha intenção de me dedicar com mais afinco nesta área” Quanto ao desaparecimento da DGLB, a ministra afirmou que “nada muda, nem mesmo o espaço físico”. “Apenas desaparece um cargo de direção, o resto fica tudo na mesma, as mesmas pessoas com as mesmas funções”, disse. O transitar das funções da DGLB para a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) implica que a Biblioteca passa a estar dotada de mais um subdiretor “com competências delegadas para as matérias do livro e das bibliotecas”. À Lusa a ministra afirmou querer “imprimir um novo fôlego” nesta área. Outra medida que a ministra considera que “está mais do que na altura de o fazer" é a revisão da Lei do Depósito Legal, pretendendo separar o depósito legal dos livros do dos filmes. O diploma da Lei do Depósito dos Filmes “está aliás já pronto”, adiantou.