Futuro HDES terá área de Ambulatório “muito maior”
Hoje 10:07
— Nuno Martins Neves
O “novo” Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), de Ponta Delgada, vai
ter uma área de Ambulatório “consideravelmente maior” ao que existe
atualmente, revelou a secretária regional da Saúde e Segurança Social
(SRSSS), Mónica Seidi, à entrada para a 6.ª reunião da Comissão de
Análise do Futuro do HDES, no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada.A
governante explicou que “há uma preferência clara quanto a um dos dois
programas funcionais que já foram amplamente discutidos internamente
pelos membros, quer dos do Hospital, quer pelo próprio Conselho de
Administração”, com 65% a inclinarem-se para o da Antares.Assente em
vários princípios, o plano funcional da Antares prevê a ampliação e a
beneficiação do edificado existente, mais unidades de internamento, uma
“clara ampliação e melhoria muito significativa” do atual Serviço de
Urgência e da Unidade de Cuidados Intensivos. “O futuro hospital
terá de ter uma área de atividade ambulatório consideravelmente maior
àquela que tem na atualidade. Por exemplo, no caso da cirurgia, prevê
quase que uma duplicação de toda essa área”, assinala a secretária
regional.Ampliar o serviço de Ambulatório, seguindo as práticas
verificadas a nível nacional e internacional, diz, que indicam que os
utentes devem passar no hospital “o tempo estritamente necessário”.Seidi
lembrou que as exigências atuais são bastante diferentes das existentes
aquando da construção do HDES, exemplificando com a área determinada
pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para os
consultórios.“A ACSS determina que os gabinetes de consulta tenham
16 metros quadrados. Como devem calcular, nenhum dos gabinetes na
atualidade do HDES tem essa dimensão”, afirmou, reiterando que, até ao
final do ano, irá ser apresentado o relatório elaborado pela comissão,
presidida pelo médico e antigo deputado regional do PSD, Luís Maurício,
sobre qual dos dois programas funcionais irá ser escolhido. Em 2026,
Mónica Seidi perspetiva que seja lançado o procedimento concursal, sem
comprometer-se com datas para o arranque efetivo da obra, garantindo que
o Governo Regional dos Açores não irá “tomar decisões precipitadas”,
querendo fazer “um trabalho bem feito”, exemplificando com obras
semelhantes na Madeira e em Lisboa.“O projeto do Hospital da Madeira
foi apresentado em 2018 e a primeira pedra só foi lançada em 2023. O
Hospital de Todos os Santos foi anunciado em 2008 e a primeira pedra só
foi lançada em 2024. Nós não queremos nada disto na Região Autónoma dos
Açores, mas quero lhe dar nota que esse é um processo moroso”.Questionada
se o Hospital Modular irá conseguir dar a resposta necessária até o
“futuro” HDES ser uma realidade, Mónica Seidi respondeu que sim,
avançando com números para explicar o que considerou de uma evolução
“francamente melhor” da atividade assistencial do HDES, antes e depois
da abertura do hospital Modular.Segundo a governante com a pasta da
Saúde, registou-se um aumento da consulta externa na ordem dos 10%, das
cirurgias na ordem dos 28% e da realização de exames complementares de
diagnóstico “também é superior”.Além destes dados quanto ao
incremento da atividade do HDES após a entrada em funcionamento do
Hospital Modular, Seidi considera que aquela infraestrutura desempenhará
uma função vital nos próximos anos, servindo de apoio ao edifício
principal do hospital de Ponta Delgada, durante as obras.“É para nós
impensável fazer obras estruturantes no HDES sem ter uma estrutura de
retaguarda. O hospital modular também foi pensado nessa perspetiva.
Enquanto decorrerem obras no HDES, o modular será estrutura de
retaguarda para fazer rotatividade dos serviços”.