“Futebol ajudou a alertar para a gravidade da situação”, diz Carvalhal
Covid-19
16 de mar. de 2020, 11:43
— Lusa/AO Online
O treinador dos
vila-condenses vincou que "o futebol é apenas uma das partes da vida que
menos interessa em relação aos problemas de saúde", mas que conseguiu
ser "um veículo de propaganda muito forte para transmitir uma mensagem
de consciencialização"."Em Itália,
atrasaram-se um pouco, mas aqui em Portugal, também por ação dos
capitães de equipa, conseguiu-se tomar uma decisão célere e justa, que
não só travou o aglomerar de pessoas nos jogos de futebol, como também
consciencializou as pessoas para o drama que vivemos", partilhou Carlos
Carvalhal, em declarações à agência Lusa.O
treinador entende "que as competições de futebol não vão recomeçar tão
cedo" e partilhou o pedido feito aos seus jogadores do Rio Ave "para que
cumpram as recomendações de recato social" e sigam medidas que o clube
tinha imposto há algum tempo."Já há 15
dias que no Rio Ave antecipámos esta situação e limitámos o contacto
físico e social no dia-a-dia. Adotámos comportamentos de prevenção,
seguindo recomendações que só agora foram decretadas pelo Governo.
Aliás, acho que o Rio Ave, e outros clubes, conseguiram antecipar a
situação mais cedo do que o nosso sistema político", defendeu Carlos
Carvalhal.A nível pessoal, o treinador da
formação vila-condense, que é natural de Braga, não só cumpre à risca às
recomendações gerais de recato social, como as leva a um outro patamar,
devido a contingências familiares."Na
minha família, somos quatro, mas como tenho pessoas de risco, adotei
tolerância mínima. Estou a dormir num apartamento cedido por um amigo, e
não entro em minha casa. Vou para lá à hora do almoço, mas faço a
refeição no exterior e a minha mulher e os meus filhos no interior. Uso
pratos e talheres de plástico e só tenho contacto visual. Não posso
facilitar", desabafou Carlos Carvalhal.O
treinador contou que lhe cabem as tarefas de fazer as compras para sua
casa, mas também para os seus pais e para os sogros, e que os assuntos
de trabalho no futebol não entram, por enquanto, nas rotinas."Não
tenho tido tempo para coisas do futebol. Sou um grande consumidor de
notícias, mas a minha energia está toda voltada para cuidar da minha
família. Como sinto que não vamos treinar tão cedo, vou ter tempo para
voltar a pensar no trabalho e em recuperar rotinas", garantiu.